"Eu vim até aqui para me entregar a ti, sou destinada a me casar contigo. Então estou aqui pra ser sua mulher." Falei temerosa olhando o príncipe Dimitri que me olhava com o rosto impossível sentando em sua cadeira de rodas. "Tarde demais, eu não preciso mais de você. Já tenho uma noiva mais bela que você." Falou acariciando a cintura da sua noiva substituta, "Agora saia daqui, imediatamente!" Ele me rejeitou embora sabendo que eu não tinha mais para onde ir… ------------ Lysandra Moonlight é uma lobisomem forte e independente que foi destinada a se casar com Dimitri Blackfur, o príncipe daquele reino. Ela não quer aceitar aquela união forçada, mas em um fatídico dia, os pais dela morrem em um incêndio a deixando sem escolha a não ser aceitar o seu destino, então ela se vê forçada a ir até o castelo do rei e se casar com príncipe Alfa destinado a ela. O príncipe era um homem arrogante e incapacitado que rejeitou Lysandra como esposa assim que a conheceu, já tendo substituído uma outra mulher no lugar dela. Rejeitada e sem tendo onde ir, Lysandra decide fazer de tudo para se vingar das pessoas que mataram seus pais e reerguer sua honra. Só que o que ela não sabia era que o príncipe Alfa apenas se fazia de inútil, na verdade esse tempo todo ele estava planejando reclamar o trono que está nas mãos do seu tio, o atual rei maldoso que usurpou o lugar de Dimitri. Para isso, ele terá que reconquistar a confiança de Lysandra e talvez até o amor dela.
Leer másLysandra
Eu sempre soube que me casaria com Dimitri Blackfur, o príncipe de Flórida. Aquele tinha sido um acordo entre minha família e o pai do príncipe quando este, há anos atrás, estava deitado sob uma cama nos seus últimos suspiros. Ele fez com que Lucius Moonlight, na altura o alto guerreiro e amigo íntimo do rei, o prometesse que assim que chegasse a idade marital, entregaria a filha mais velha dele, que neste caso sou eu, para se casar com seu filho Dimitri. Naquela noite, o rei da Flórida tinha morrido com aquela promessa, uma promessa que durou anos, até hoje.
Mesmo sabendo que era desse jeito que o nosso mundo lupino funcionava, os reis tinham que arranjar casamentos pros seus filhos, e apesar de eu não pertencer a uma família Real, pertencia a nobreza tendo meu pai como amigo íntimo do antigo rei morto e um guerreiro nato, então acabei sendo arrastada para esse sistema. Tive que passar a vida inteira vivendo a saber que um dia eu me mudaria da minha casa para o castelo Real para servir como esposa do príncipe Dimitri, um cara que eu nunca tinha visto na vida. Então não era como se eu estivesse feliz por isso.
Eu gostava de ser livre, gostava de ser selvagem. Correr por aí pelas florestas em minha forma lupina por dias a fio sem ter que me preocupar com afazeres domésticos e coisas deste tipo, eu definitivamente não era uma mulher apropriada para casar. Cresci dizendo isso ao meu pai, mas ele me olhava tristemente e dizia que não tinha outra opção, a promessa que ele tinha feito para o rei em seu leito de morte era como correntes que me prendiam ao príncipe, via-se em sua expressão que ele estava triste por ter feito aquele acordo sem o meu consentimento, mas na época eu só tinha dois anos de idade, não era como se eu saberia decidir o que era melhor para mim. No fim das contas, meu pai tinha me entregue aos Blackfur em apreço ao seu grande amigo, o rei morto. Quanto a isso, eu só tinha que lamentar por meu destino ser tão infortúnio como aquele.
Estou correndo pelas florestas ao redor do castelo dos Moonlight em minha forma lupina, minha pelugem é de um branco vivo e meus olhos são azuis incandescentes na luz do luar, faz dias que estou meio sumida de casa, mas provavelmente todos sabem por onde estou, eles sabem que não sou uma garota de ser dominada e nem domada. Não é que eu nunca tenha pensando no príncipe Dimetri, desde a morte do rei Duncan, o pai do príncipe, meu pai tinha deixado o castelo Real e se mudado pro sul com a sua família, para uma região pacata onde podia viver com sua esposa e criar suas duas filhas em paz, longe de todo aquele barulho desgastante da sucessão do rei.
Meu pai me contava que tinha havido uma confusão gigante após a morte do rei, Dimitri, o único filho de Duncan, tinha apenas cinco anos de idade, era incapaz de se tornar rei e liderar um reinado. Então seu tio Caius, substituiu o príncipe se tornando assim o rei, porém ele não tinha feito aquilo de uma forma pacífica, meu pai contava que uma guerra quase se tinha formado naquele reino para que Caius pudesse usufruir o trono do irmão, por isso que meu pai tinha preferido ficar longe daquilo tudo e decidido tomar sua família e se mudar.
De vez enquando, recebíamos retratos do príncipe e notícias do castelo Real, me disseram que ele tinha problemas em suas pernas, não se locomovia, por isso que estava sempre sentado. Nos retratos, ele sempre parecia triste e debilitado com um olhar opaco, eu tentava encarar aqueles olhos e tentar entender qual seria o motivo dele sempre parecer triste, afinal um dia ele seria o meu marido, mas eu infelizmente não conseguia desvendar ele, eu não conseguia gostar dele como marido, pra mim ele era apenas uma pessoa normal, mas a grande verdade que um dia eu pertenceria a ele não deixava de ecoar sempre na minha cabeça.
Subi as paredes do castelo tão agilmente como sempre fazia após voltar pra casa quando não queria que ninguém notasse minha presença, o castelo tinha cerca de cinco andares, o meu quarto ficava lá em cima no último andar, porém eu não tinha medo de fazer aquelas manobras pulando da murada até a chaminé, da chaminé até o teto até chegar em minha janela e entrar por ela. Era bem tarde de madrugada quando entrei no meu quarto e voltei a minha forma humana, cambaleei um pouco pelo quarto pois estava cansada e com os membros um tanto dormentes por ter ficado tanto tempo na forma lupina, praguejei baixinho massageando meu pescoço pra espantar uma leve dorzinha que se formou ali.
"Desse jeito acabo morrendo," comentei para mim mesma.
"Pode ter certeza que sim." Dei um pulo de susto quando ouvi uma voz ali no meu quarto, rolei os olhos suspirando, era Anastácia, minha irmã mais nova.
"Tá fazendo o quê aqui no meu quarto?" Perguntei indo até minha cómoda lavando meu rosto com a água posta numa bacia por cima da cómoda, "Estava me esperando, é!? Não consegue ficar muito tempo longe de mim, irmãzinha?" Disse sarcástica, minha irmã e eu nunca nos demos bem e ela estar preocupada comigo seria última coisa coisa que faria em sua vida.
"Você tem uma presença muito forte, é difícil te esquecer," ela respondeu. Dei uma risadinha e limpei o rosto com a toalha.
"Então quer dizer que você fica pensando em mim, Anastácia!?"
"Fico pensando na oportunidade que você está desperdiçando, já se passaram mais de cinco anos que você fez dezoito e você tem empurrado isso pra debaixo de tapete tentando fingir que tudo está bem," disse ela acusadora como sempre.
"Eu até ia conseguir fazer isso se você não estivesse me lembrando disso todos os dias da minha vida, irmãzinha," rebati contraindo os lábios e lavando minhas mãos.
"Eu faço isso pra lembrar a você que você não pertence a esse lugar, você pertence ao príncipe Dimitri. Olha o jeito que você está, olha esse cabelo, Lysandra. Essas unhas desfeitas, pele totalmente ressecada… Você não se cuida de jeito nenhum. Toma jeito na sua vida e vai logo pro castelo Real antes que uma outra mulher tome o seu lugar." Ri daquilo achando muito engraçado ela parecer preocupada comigo, o que não era verdade. Anastasia só estava ali pra encher o meu saco.
"Não precisa se preocupar comigo não, irmã. Assim que o príncipe Dimitri me vir, ele vai se derreter aos meus pés, igual manteiga exposta ao sol, acredite em mim," disse eu com uma certa petulância, ela me olhou de baixo pra cima com um olhar cheio de desprezo.
"Sei que você me acha inferior só porque não tenho uma loba, a filha azarada da casa Moonlight. Sei que você não me acha capaz de fazer grandes coisas, mas haverá um dia que te provarei o contrário, Lysandra." Por um momento, até tive medo daquele olhar, Anastasia parecia tão rancorosa… "E vê se veste uma roupa." Estalou a língua e saiu do quarto me deixando a gargalhar sarcasticamente por trás dela . A culpa não era minha se eu não voltava com minhas roupas quando me tornava humana novamente.
O problema com Anastasia era que ela era totalmente diferente de mim, ela gostava mais dos afazeres da casa enquanto que para mim aquilo tudo era uma perda de tempo, eu gostava de me soltar para o mundo, deixar o meu lobo dominar. Até podia entender ela, pois Anastasia não nasceu com o dom de se transmutar em lobo assim como eu, ela era só uma humana, já eu, podia me transformar e fugir pra onde eu quisesse fugir. Por isso que o castelo do rei não podia me deter de jeito nenhum, se eu quisesse continuar fugindo, eu fugiria.
LysandraO sol mal tinha raiado quando o plano foi posto em marcha, mas a tensão no acampamento do Lobo Negro já era palpável. Minha voz ainda ecoava na tenda de Odd da noite anterior, firme e desafiadora: "A gente ataca." Essas palavras tinham acendido uma chama nos rebeldes, mas também ateado fogo na raiva de Odd. Ele ficou lá, os punhos cerrados, o rosto vermelho como brasa, os olhos faiscando com um ódio que ele mal conseguia esconder. Eu tinha tomado o controle da situação, e ele odiava isso — odiava que uma mulher, uma Moonlight, tivesse ousado falar mais alto que ele."Quer brincar de líder, garota?" ele rosnou, levantando-se do trono com um sorriso torto que não alcançava os olhos. "Então vai. Você lidera esse ataque ridículo em Pinewood. Mas não venha chorando pra mim quando os guardas do rei te esmagarem como a mosca insolente que você é." Ele apontou um dedo grosso na minha direção, a voz pingando desprezo. "Vão ver que você não passa de uma mulher estúpida e fraca. E eu vo
Lysandra POVOs dias no acampamento do Lobo Negro começaram a ganhar um ritmo diferente depois daquela noite na tenda de Odd. O ar, antes carregado de medo e submissão, agora vibrava com um propósito renovado. As correntes que prendiam Huncker não foram as únicas a cair — algo maior se quebrou naquele momento, uma barreira invisível que mantinha os rebeldes acorrentados às ordens de um tirano disfarçado de líder.Graças a mim, as pessoas começaram a se mexer de verdade, a se preparar para o ataque que todos sabiam que estava por vir. Homens e mulheres, lobos e humanos, erguiam espadas e afiavam flechas, os olhos brilhando com uma mistura de raiva e esperança. Eu sentia os olhares deles em mim enquanto passava pelas fogueiras do acampamento — não mais de desconfiança, mas de respeito. Até Huncker, o gigante que agora me seguia como uma sombra silenciosa, assentia em silêncio sempre que nossos caminhos se cruzavam.Os treinos eram brutais, mas eu não me importava. Correr entre as árvore
Lysandra POVO ar na tenda estava pesado, carregado de risadas debochadas e do cheiro acre de suor e terra. Os rebeldes do Lobo Negro formavam um círculo irregular ao meu redor, seus olhos brilhando com uma mistura de escárnio e curiosidade mórbida. À minha frente, Huncker se erguia como uma montanha de músculos e fúria, seus dois metros de altura projetando uma sombra que engolia a luz fraca das tochas. Seus punhos cerrados tremiam, e um rosnado gutural escapava de sua garganta, mas havia algo nos olhos dele — um brilho selvagem, sim, mas também um tormento que eu conhecia bem. Ele não era só um brutamontes; ele era uma fera acorrentada.Odd, sentado em seu "trono" improvisado de madeira e peles, bateu as mãos nos joelhos, rindo alto. "Vamos lá, Huncker! Mostre pra essa garota o que acontece quando ela abre a boca onde não deve!" Sua voz era um trovão, e os rebeldes ecoaram com gritos e assobios, ansiosos pelo espetáculo. Jacob, ao lado de Odd, me lançou um olhar preocupado, mas eu b
LysandraO navio de carga ia a todo vapor pelo mar levando consigo o grupo de jovens que estavam indo servir a causa rebelde. Do convés, eu podia ver claramente que estávamos nos aproximando do porto de Key, um lugar ilhado onde uma nova história estava esperando por mim.Gwindlyn, Thomas e Jacob estavam sempre comigo. Quando descemos, tivemos que viajar pra bem mais no interior da ilha, onde se assentava as instalações do grupo insurgente que se denominava Lobo Negro, eles viviam numa espécie de acampamento no meio da floresta bem no interior da ilha, enquanto nos aproximamos para nos apresentar ao líder deles, homens e mulheres com olhares suspeitos nos fitavam e até lançavam alguns insultos em nossa direção nos chamando de fracos e dizendo que morreriamos rapidamente. Porém eu pude perceber que embora aquelas pessoas parecerem um bando de marrentões, eles eram maltrapilhos, magros demais e esfomeados, e não pareciam organizados o suficiente para derrotar o rei. O líder deles era u
LysandraApós eu ter sido rejeitada tão vergonhosamente pelo príncipe daquele reino, eu estava completamente destruída e sem rumo a tomar. Sem casa, sem família e sem lar. Traída por minha própria irmã e humilhada pelo meu ex futuro marido, me vi totalmente destruída e sem rumo. Até que o estranho mascarado me abordou no meio da noite me oferecendo ajuda.Ele me levou pra aquela taberna e me deu de comer e de beber quando pensei que eu estava no meu limite. Ele era um homem estranho e misterioso que não deixava que eu visse nem mesmo o seu rosto, mas apesar de tudo eu não consegui ler intenções negativas nas suas ações, além do mais, foi como se eu sentisse uma paz dentro de mim quando ele estava perto, era como se minha loba se sentisse segura por perto daquele homem. Embora sendo desconhecido para mim, eu me senti confiante em contar minha história pra ele e era como se ele me entendesse muito bem."Vou pegar uma outra bebida pra você," foi a última coisa que ele disse antes de ir e
DimitriParei o cavalo no estaleiro de uma taberna e entrei junto com Lysandra para o seu interior. Ao contrário de lá fora, lugar estava quente e aconchegante com vários homens e mulheres espalhados pelo lugar, uma música ambiente e cheiro de comida e bebida sendo consumidos no lugar. Pedi comida e bebida e levei a moça até o canto do recinto, foi agradável ver como ela comia e bebia como se realmente estivesse morrendo de fome."Obrigada pela comida," ela disse enquanto comia. Sorri minimamente e sacudi a mão levemente."Não foi nada." Na verdade uma parte da minha culpa tinha se retirado de mim agora pois fui eu quem tinha expulsado ela do palácio do rei sem ter a alimentado primeiro. "Você sabe que em Leon nada é segredo, todo mundo está comentando da noiva do príncipe que assassinou seus pais e foi justamente rejeitada pelo nosso futuro rei," eu disse fazendo ela perceber que eu estava por dentro do assunto. Por um momento ela parou de mastigar e me olhou em alerta e depois limpo
Último capítulo