Mundo de ficçãoIniciar sessãoSofia fields, É uma mãe solteira de 25 anos que trabalha em dois empregos simples para criar sua filha, Lara, e lida com o ex-namorado irresponsável, Rafael. Sua vida muda quando o frio e renomado CEO, Alexandre Monteiro, da "Titan Investimentos", testemunha um momento de humilhação de Sofia por Rafael e, impressionado com a dignidade dela, a contrata como sua assistente pessoal. Sofia entra em um novo mundo de luxo e responsabilidade, onde a proximidade com Alexandre leva a uma atração mútua. Enquanto o romance proibido floresce, a ascensão de Sofia atrai a inveja e a exploração de Rafael, que ressurge para ameaçar a estabilidade dela. A trama é uma jornada sobre a construção de uma nova vida e a descoberta do amor, onde Sofia e Alexandre precisam enfrentar o passado dela para ver se o "contrato profissional" pode evoluir para uma "família de verdade"
Ler maisNARRADORA
O cheiro de café requentado e o aroma de shampoo infantil eram os únicos indicadores de vida antes do amanhecer naquele pequeno apartamento. Eram 4h30 da manhã. Sofia Neves levantou-se silenciosamente de sua cama de solteiro. O quarto era minúsculo, quase ocupado por completo pelas duas camas e por uma cômoda velha no canto. Ali, ela e sua amiga, Diana, dividiam o espaço para que Lara, sua filha de quatro anos, tivesse o único quarto do apartamento só para si. O som de um ronco abafado vindo do cômodo ao lado—o som de Lara dormindo—era o único combustível de que Sofia precisava. Com movimentos calculados, Sofia colocou a água para ferver na minúscula cozinha. Ela revisou a lista de contas na geladeira: dívidas crescentes e a coluna de pensão de Rafael eternamente zerada. Nesse instante, a porta rangeu suavemente. Era Diana. —Cheguei, General - Diana sussurrou, deixando sua bolsa pesada de enfermeira cair ao lado da cômoda. O cheiro de hospital grudava em seu uniforme amassado. Ela acabara de encerrar um longo turno na emergência e parecia à beira do colapso. — Acabei de fazer café -Sofia respondeu, oferecendo uma xícara. Diana aceitou o café e se dirigiu à sua própria cama, caindo nela de costas. — Eu sei que você odeia, mas hoje vou desabar aqui. Acordo às 7h, Arrumo e dou o café da manhã para a Lara, e a D. Eunice assume a entrega na creche. Vá. E limpe com ódio — ela brincou, com os olhos já semicerrados. O alívio era palpável. Sofia podia ir para o seu primeiro turno — a faxina na "Solução Contábil" — sabendo que Lara estava segura e que sua amiga, exausta, faria a guarda até a chegada da, D. Eunice. Ela se vestiu rapidamente e, às 5h15, estava na rua. Às 6h15, Sofia já estava na rua. O turno de faxina era no prédio da "Solução Contábil", um local antigo e silencioso onde ela podia se perder no ritmo do esfregão e do desinfetante. Era um trabalho que não exigia pensamento, apenas persistência. Enquanto polia o tampo de mármore da recepção, ela se lembrava dos tempos da faculdade, quando passava as madrugadas estudando Marketing e sonhando com grandes corporações. Agora, ela estava no coração de uma, mas apenas para limpá-la. O relógio era seu mestre impiedoso. Às 7h30, ela largou o balde, vestiu apressadamente o blazer que guardava em sua mochila (o único que disfarçava um pouco as manchas de água sanitária na blusa de baixo) E ligou para se certificar que Lara estava na casa da vizinha, D. Eunice, uma aposentada bondosa que era seu anjo da guarda. Seu segundo emprego, como recepcionista em meio período para um pequeno escritório de advocacia, era menos exigente fisicamente, mas mais em termos de aparência. Por volta das 9h30, seu chefe a enviou para fazer uma entrega urgente de documentos na torre mais alta da Avenida : o edifício de vidro e aço da Titan Investimentos. — Não atrase, Sofia. É para o Sr. Almeida," alertou o advogado, referindo-se a um dos diretores da Titan. Sofia ajustou o único colar que possuía, pegou o envelope de couro e correu. Ao parar na imponente porta de vidro rotatória, um carro de luxo parou na faixa proibida. Era um caro preto. E, da porta do carona, saiu uma figura que instantaneamente apertou o estômago de Sofia: Rafael. Ele a viu, e um sorriso predatório surgiu em seu rosto. —Ora, ora. Sofia, a supermãe de dois empregos. Veio lustrar os vidros daqui? — ele zombou, bloqueando seu caminho. —Não tenho tempo, Rafael. O que você quer?- Sofia manteve a voz baixa e controlada. Sua única preocupação era que Lara estivesse bem e que ela não se atrasasse com a entrega. —Calma, gata. Eu só vim ver a mamãe da minha filha. Por que a pressa? Já conseguiu meu aumento na pensão? Porque a minha nova namorada... bem, ela gasta bastante." Ele se inclinou, exalando um perfume barato, tentando invadir o espaço dela. —Você não me paga há três meses, Rafael. Saia da frente. Neste exato momento, o motorista do Audi preto abriu a porta traseira de um segundo carro idêntico que acabara de parar. Dele saiu Alexandre Monteiro. O CEO da Titan Investimentos, 32 anos, era uma figura de poder esculpida em um terno de corte impecável. Frio, com olhos cinzentos que não demonstravam emoção e uma postura que exibia domínio, ele se dirigia à entrada principal da Titan. Alexandre parou por um segundo. Não por curiosidade, mas porque o bloqueio de Rafael atrapalhava sua entrada. Ele observou de canto de olho enquanto Sofia, em vez de gritar ou chorar (como as outras mulheres que conhecia fariam), simplesmente empurrou Rafael com força na clavícula, o suficiente para fazê-lo cambalear. Ela o olhou com uma dignidade gélida que desarmou o ex-namorado e, sem perder um segundo, disparou pela porta giratória. Alexandre seguiu. Ele não precisou de seguranças para abrir caminho; apenas sua presença era suficiente. Ao passar, ele lançou um olhar rápido para Rafael, que recuou instintivamente, encolhido. Dentro do hall de mármore, Sofia estava ofegante, mas ereta. Ela foi rapidamente até a mesa de informações, entregando o envelope. Mal ela se virou para sair, o segurança do saguão, que já havia recebido um sinal silencioso de Alexandre, disse: — Senhorita Fiels, o Sr. Monteiro gostaria de vê-la imediatamente. Por favor, acompanhe-me. Sofia congelou. Ela não havia sequer falado com ele. Por que o CEO a chamaria? Seu coração martelava no peito. Seria sobre o atraso? Seria sobre a confusão na porta? Ela respirou fundo, endireitou os ombros e seguiu o segurança até o elevador particular, sentindo que, de alguma forma, o destino havia acabado de convocá-la para o andar mais alto do arranha-céu.O telefone de Rafael voou contra a parede do vestiário da Academia Punhos de Aço. O impacto rachou o aparelho.— Bloqueio legal! — ele gritou, o som ecoando no espaço úmido e vazio. — Aquela desgraçada pensa que pode me ameaçar com "bloqueio legal" só porque arrumou um emprego de secretária em um prédio de vidro!Ele socou o armário de metal. A raiva era uma chama quente e familiar em seu peito, mas agora misturada com uma pontada aguda de humilhação.Ele havia ligado para a Sofia no número principal da Titan Investimentos — um número que ele havia obtido através de um contato no centro da cidade. Ele não ligou apenas para saber de Lara; ele ligou para intimidá-la, para mostrar que ainda tinha poder. Mas a voz dela, aquela voz grave e fria de "Sofia Fields falando", e o corte abrupto da ligação, haviam virado o jogo.— Eu quero saber que merda de homem rico é esse que está te dando um emprego de ouro do nada!Essa era a raiz da sua fúria. Não era apenas o controle de Lara, era a ascen
NARRADORA ALEXANDRE MONTEIROO relógio marcava 12h30. Alexandre estava no seu escritório particular, a mesma sala de vidro que oferecia uma vista implacável do mundo que ele controlava. Ele não desceu ao refeitório executivo. Seu almoço era uma tigela de quinoa e salmão trazida por um funcionário da cozinha interna, consumido metodicamente enquanto revisava o relatório de risco que Sofia Fields havia, de maneira presunçosa, incluído em sua agenda.A mulher o irritava e o intrigava na mesma medida.Ele acionou o intercomunicador.— Fields, ligue para Gabriel. Diga que estou livre para o almoço.Em segundos, a voz de Sofia, fria e profissional, ressoou.— O Sr. Gabriel Monteiro está a caminho, Senhor. Ele disse que tinha uma pausa de 30 minutos e ligaria em breve.Impecável. Ela havia se antecipado.Dez minutos depois, a porta de seu escritório se abriu, e Gabriel, seu irmão mais novo e diretor de marketing da Titan, entrou. Gabriel era o oposto de Alexandre: terno mais descontraído, s
NARRADORAO aviso de Alexandre Monteiro vibrou na mente de Sofia: "Mantenha-se focada."Faltavam apenas 15 minutos para a reunião das 8h30. O ar frio do último andar parecia sugar a confiança que Diana havia costurado em seu blazer. Sofia fechou os olhos por um segundo, repetindo o mantra silencioso: Sou a muralha. Nenhuma emoção, nenhum erro.Ela abriu o e-mail anexado ao convite da reunião e descobriu que a Assistente Pessoal anterior, Sra. Peterson, havia preparado um dossiê resumido sobre a aquisição da Novak Group. O documento estava cheio de jargões técnicos: due diligence, valuation, sinergias verticais. Sofia passou os próximos minutos absorvendo o máximo que podia, transformando a informação em um briefing conciso de cinco pontos-chave.Quando o relógio marcou 8h29, ela estava de pé à porta da sala de conferências.Alexandre Monteiro chegou no exato momento, parando brevemente ao lado dela. Ele não olhou para Sofia, mas murmurou:— Cinco minutos para o resumo, Fields. Seja ci
— Peço desculpas, Sr. Monteiro. O processo de cadastro biométrico na portaria levou alguns minutos a mais do que o esperado. Não voltará a acontecer.Ele a analisou de cima a baixo, seus olhos fixos na postura dela.— Eu não me importo com a logística da portaria, Fields. Eu me importo com o meu tempo. Você tem trinta segundos para me dar um relatório verbal da minha agenda de hoje. O iPad está na sua mesa.Não havia espaço para hesitação. Sofia pegou o iPad, sua mente já processando as informações em alta velocidade. A frieza que Alexandre Monteiro admirava nela era, na verdade, a concentração absoluta que vinha de anos vivendo no limite.— Às 8h30, o senhor tem uma reunião com a equipe jurídica sênior sobre a aquisição da Novak Group. Às 10h, uma teleconferência com Tóquio sobre a crise energética asiática. Às 11h30, o almoço de negócios foi cancelado, e eu o substituí por uma análise dos relatórios de risco do setor imobiliário, que estão na sua mesa — ela recitou, sem gaguejar. —
NARRADORAA cozinha se transformou em um atelier de crise. Lara, deitada no sofá com os fones de ouvido, era a única testemunha silenciosa da frenética missão de resgate de guarda-roupa.Diana despejou o conteúdo do seu armário no chão, e Sofia fez o mesmo com sua pequena coleção de roupas de trabalho. O desafio era criar a imagem de uma Assistente Pessoal de alta patente com peças que custavam menos do que o café que Alexandre Monteiro provavelmente bebia no café da manhã.— Este blazer é bom, tem estrutura — Diana disse, segurando um casaco preto que ela mal usava. — Mas a barra precisa subir, e os botões de plástico precisam ser trocados por esses de metal. Dá um ar de alfaiataria cara.Sofia, armada com agulha e linha, assentiu. Ela havia aprendido a costurar por necessidade, e agora aquela habilidade salvava sua dignidade profissional. A cada ponto, ela pensava no salário, e cada ponto se tornava mais firme.Enquanto a máquina de costura de Diana zumbia baixinho, elas trabalhavam
NARRADORAO relógio marcava 11h15. O escritório de advocacia era calmo, e o advogado a quem ela reportava estava ao telefone.A porta do escritório de Almeida se fechou com um clique suave, mas o som ressoou na mente de Sofia como o toque final de um martelo. O Dr. Almeida, que estava absorto em um calhamaço de papéis, levantou a cabeça.— Sim, Sofia? Algum problema com a agenda da semana?Sofia colocou o envelope sobre a mesa, exatamente ao lado da pilha de processos que ela havia organizado cuidadosamente naquela manhã.— Nenhum problema com a agenda, Doutor. Na verdade, estou aqui para formalizar meu desligamento. Esta é a minha carta de aviso prévio. Meu último dia será daqui a trinta dias.A caneta na mão do advogado parou de rabiscar. Ele a encarou por um longo momento, avaliando-a não mais como a eficiente recepcionista, mas como uma peça fundamental que estava sendo removida do tabuleiro.— Desligamento? Mas... por quê? — Sua voz carregava um misto de surpresa e traição profis





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