Cassidy Hawkins se apaixonou pela primeira vez por um homem proibido. Ele não era apenas o cunhado de sua irmã, mas também um mulherengo imaturo, mais velho, e alguém que a via apenas como uma sobrinha postiça. Anos de uma paixão sufocada por medos e barreiras impenetráveis criaram uma tempestade de emoções incontroláveis dentro dela. Até que, em uma noite de vulnerabilidade e desejo, Cassidy e Kai finalmente deixaram as diferenças de lado e entregaram-se a um momento inesquecível. O calor daquela noite transformou suas vidas para sempre, quando Cassidy descobriu que estava grávida. Agora, ela e Kai se veem forçados a se casar, em um compromisso que não foi planejado, mas que os une de uma forma que nenhum dos dois poderia imaginar. Mas o que parecia ser uma oportunidade de recomeço logo se torna um campo de batalha de sentimentos conflitantes. Cassidy conseguirá conquistar o coração de Kai após o casamento, ou será este o maior erro que os dois cometeram? Obs: O casal principal já foi apresentado no livro O Irresistível Pai do Meu Ex, mas esta história é independente e pode ser apreciada de forma isolada.
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Anos atrás — Você é linda, Cassidy. Eu sempre quis você. Posso te beijar?” Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Kai Hoke, minha paixão platônica, estava se declarando para mim. Ele segurava minha cintura, sua boca estava próxima à minha, e aquele olhar cheio de desejo me arrepiava, eu quis gritar e afirmar que sim, mas minha voz trêmula apenas conseguiu dizer: “— Me beije, Kai, por favor — supliquei.” “— Seu desejo é uma ordem, meu doce — sussurrou, inclinando o rosto para me beijar.” Não tive tempo de sentir o gosto de seus lábios. O som do alarme tocou, e aquela imagem dele me segurando começou a se dissipar. Não... não... foi um sonho? Eu sonhei de novo com Kai Hoke me beijando? Bufei, inconformada, e desliguei o alarme do telefone. Levantei-me, arrastando os pés, frustrada. — Isso está me enlouquecendo — murmurei para mim mesma. Caminhei até o banheiro, pronta para começar o dia e tentar aproveitá-lo sem fantasiar com um amor proibido. Hoje é o meu aniversário, e toda a família se reuniu para comemorar. Em poucos meses, eu vou me formar no high school e, então, começar a faculdade — um novo capítulo da minha vida que espero ansiosamente. Meu irmão Michael já deu esse passo no ano passado, e em breve eu o acompanharei em Nova York. Tenho uma esperança secreta: que ao me mudar, minha vida mude também. Ou melhor, que eu mude. Desde os meus quase dezesseis anos, carrego um segredo que me atormenta. Sou apaixonada pelo cunhado da minha irmã, um homem que tem o dobro da minha idade e um histórico de mulherengo assumido. Kai Hoke é o tipo de pessoa que jamais olharia para mim, e eu sei disso. Essa é a razão pela qual anseio por essa mudança. Quero me libertar desse sentimento, esquecê-lo e seguir em frente. Pelo menos, é o que eu digo para mim mesma. Mas fantasiar com ele não é algo que eu consiga controlar. – Cassidy, você está linda, querida – o dono dos meus sonhos mais intimos disse, com a voz calma que sempre me desconcerta. Kai estava sorrindo à minha frente. Respirei fundo antes de responder. – Obrigada, Kai – agradeci, chamando-o pelo nome, como sempre. Nunca me referi a ele como "tio", embora a família Hoke nos trate como sobrinhos desde que nos conheceu. Eu tinha apenas quinze anos na época, e eles nos acolheram de maneira calorosa. Mas chamar Kai de tio? Isso nunca aconteceu. Eu queria ser qualquer coisa, menos uma sobrinha para ele. – Está ansiosa para ir a Nova York? – ele perguntou, parecendo genuinamente interessado. – Muito – respondi, sincera. – Mamãe vai sentir muito a sua falta, querida – disse ele, tocando meu ombro de leve e sorrindo. Eu o odeio por fazer isso. Por me tocar dessa forma, por me sorrir assim, por ser tão atencioso. Odeio porque isso me faz imaginar como seria se ele me tratasse como trata suas namoradas. Odiá-lo é mais fácil do que admitir que estou presa a um sentimento que não deveria existir. – Ah, eu também vou sentir falta dela – falei, tentando disfarçar o turbilhão dentro de mim. – Mas vocês podem me visitar. – Claro, sempre que possível, eu irei vê-los – ele afirmou. Vê-los. Ele sempre inclui meu irmão e os outros na equação, nunca apenas eu. E por que ele viria só por mim? Eu sei que não deveria pensar assim, mas não consigo evitar. Talvez eu goste de sofrer. A festa continuou por horas. Minha irmã Olívia e seu marido, Joshua, foram os pilares da minha vida e da de Michael. Eles assumiram a responsabilidade por nós dois em um momento crítico, e serei eternamente grata. Joshua, além de ser governador do estado, é um homem incrível, e juntos eles formaram uma família linda com três filhos: os gêmeos Kaili e Keanu, e a pequena Ivanna, que carinhosamente chamamos de Nana. Observar a família perfeita que minha irmã construiu apenas intensifica meus sonhos. Sonhos que, por mais que eu negue, sempre terminam em uma vida com Kai. Quando a festa acabou e todos foram embora, aproveitei para passar um tempo com Michael. – Está ficando velha, tampinha – ele brincou, bagunçando meu cabelo. – Mas ainda é minha irmãzinha. – Mike, você só é um ano mais velho que eu, esquisito – retruquei, rindo. – Mas ainda sou o mais velho – ele riu. – Vai me contar por que esteve tão estranha durante a festa? Claro que ele perceberia. Sempre fomos nós dois contra o mundo. Crescemos juntos, dividimos alegrias e tristezas, mesmo antes de saber que Olívia estava viva e morava perto de nós. Michael sempre foi meu confidente, meu melhor amigo e o melhor irmão que eu poderia pedir. – Odeio como você me conhece tão bem – suspirei. – Não foi nada. Acho que estou ansiosa para me mudar e ficar mais perto de você – brinquei, tentando mudar de assunto. – Então, não fique ansiosa, tampinha. Logo você vai estar reclamando das minhas manias esquisitas de novo – ele disse, rindo. – Você é um idiota, Michael – respondi, rindo também. – Mas você me ama, não é? Fiz uma careta antes de cairmos na risada. Ele sabia que eu o amava, e isso nunca precisou ser dito. Passamos o resto da noite assistindo a filmes e comendo pipoca, um dos nossos rituais favoritos. Quando finalmente fui para a cama, peguei meu telefone e abri o I*******m. Um erro. Entre as muitas postagens, lá estava mais uma foto de Kai ao lado de uma mulher desconhecida. Já deveria estar acostumada a isso, mas ainda é desconfortável. Ele nunca repete suas acompanhantes, e os sites de fofoca não perdem a oportunidade de expô-lo. Desde que Joshua se tornou governador e passou por escândalos ao lado de Olívia, a família tem sido um prato cheio para a mídia. Dei zoom na foto, tentando identificar a mulher, mas ela não parecia familiar. Nem me dei ao trabalho de ler a legenda. Na próxima semana, haverá outra foto com outra mulher, e o ciclo se repetira. Parte de mim se sente aliviada porque ele não está preso a ninguém; outra parte se entristece porque eu sei que nunca estarei em uma dessas fotos. Enquanto olhava para o teto do meu quarto, me perguntei quantas vezes ainda deixarei que ele invada meus pensamentos. A mudança para Nova York é minha chance de um novo começo, de me reinventar. Longe dele, talvez eu encontre o espaço para respirar, para construir algo novo — algo que não o envolva. Mas, enquanto isso não acontece, ainda sou a garota que sonha com o inalcançável, que se apaixona pelo improvável e que espera que a vida lhe dê um caminho mais claro. Talvez essa seja apenas uma fase, uma parte do meu amadurecimento. Ou talvez Kai seja um capítulo que eu nunca consiga fechar.Papai pediu para levar Rubi para passar o dia com ele. Ethan, mesmo ainda tão pequeno, já é muito apegado à irmã — os dois são quase inseparáveis. No momento em que ela se despedia, ele começou a chorar, braços estendidos, esperneando na direção dela, como se dissesse que não fazia sentido um ir sem o outro. — Pode confiar, Cass. Eu vou cuidar bem deles — garantiu meu pai, abaixando-se para pegar Ethan. — Se acontecer qualquer coisa, eu trago ele de volta. — Tudo bem... mas, por favor, me liga se algo sair do normal — pedi, com um aperto no peito. — Fique tranquila. Tenha um tempo a sós com o Kai. — piscou, divertido. — Pai! — gargalhei, fingindo repreensão. Preparei outra bolsa com tudo que Ethan precisava e os vi partir. Os três no carro, com papai no volante e as duas cadeirinhas já instaladas no banco de trás — ele sempre diz que nunca se sabe quando os netos vão estar com ele. É o tipo de avô que está sempre pronto. Quando o carro virou a esquina, a casa pareceu grande
Um tempo depois Ser casada com Kai é... tudo. Não existe uma palavra só que dê conta do que vivemos. É uma soma silenciosa de momentos, uma troca constante entre cuidado e ternura. O tipo de amor que não precisa provar nada, só existir. Ele me ama de um jeito que não grita, mas permanece. E eu, a cada dia, aprendo mais sobre o que é paz. Acordei sozinha naquela manhã, envolta pelo silêncio da casa. A luz do sol filtrava pelas cortinas com uma delicadeza preguiçosa, como se até o dia tivesse decidido começar devagar. O lado dele da cama ainda guardava o calor do corpo, mas ele já havia saído. Não era incomum. Kai sempre foi o primeiro a levantar, mesmo sem necessidade. Mas naquela manhã, algo me fez sentir falta dele de forma diferente. Minutos depois, o telefone tocou. Era ele. — Bom dia, meu amor. — A voz dele soava baixa, como se sussurrasse só para mim. — Desculpa não estar aí pra tomar café com você. Precisei resolver um assunto urgente. Sorri sem dizer nada. Só o so
Seis meses depois. — Uau — Cassidy falou, os olhos arregalados de encantamento enquanto observava a vista espetacular à nossa frente. — Kai, olha isso! — sorriu animada, como uma criança diante de um presente inesperado. O sol dourado da Grécia tingia o céu com tons de laranja e rosa, refletindo nas águas cristalinas que se estendiam até onde a vista alcançava. O mar reluzia sob o brilho suave, e as casas brancas de Santorini, com suas cúpulas azuis icônicas, formavam uma paisagem digna de cartão-postal. Sorri enquanto deixava nossas malas no chão da luxuosa villa que alugamos, um espaço elegante e acolhedor, com janelas amplas que permitiam que o cenário paradisíaco invadisse cada cômodo. As paredes brancas e a decoração minimalista traziam um ar de serenidade. Uma piscina infinita se projetava na direção do mar, convidativa e tentadora. — Gostou? — perguntei, observando o brilho nos olhos dela. — Amor... é perfeito. Obrigada. É a viagem mais especial de todas. — Seus lábios
Dois meses depoisDessa vez, tudo estava tão intensamente mais... Mais vivo, mais emocionante, mais cheio de significado. O sol brilhava com um esplendor especial, refletindo um céu limpo e radiante, exatamente como eu havia desejado para este momento tão aguardado. Escolhi um dia ensolarado para casar novamente, acreditando que a luz do céu simbolizaria a alegria e a felicidade constante que eu almejava para nossa vida a partir de agora.Meu vestido era um sonho realizado, um tecido leve e delicado que abraçava minhas curvas e dançava suavemente com a brisa, adornado com detalhes de renda que pareciam florescer sob o sol. Rubi estava simplesmente encantadora em seu vestidinho de dama de honra, um modelo que a fazia parecer uma pequena princesa saída de um conto de fadas. Seu sorriso iluminava o ambiente mais que qualquer raio de sol. E então, havia Ethan... Meu pequeno e precioso Ethan. Não havia palavras que pudessem descrever o quanto meu coração se encheu ao vê-lo. Ele era a coisa
Era uma alegria que não cabia em mim. Nosso filho estava bem, saudável e forte. Avisei a todos que estavam em casa e também a Joshua, Olívia e Ivan, que estavam no hospital, aguardando ansiosos para verem Cassidy. — Como está se sentindo? — perguntei curioso. — Agora estou bem, você viu o nosso bebê? Ele não é lindo? — falou com um sorriso radiante. — Estou ansiosa para ir para casa e começar a cuidar dele. — Calma, gatinha, se tudo der certo e estiverem bem, amanhã vocês serão liberados. Estou impressionado, sabia? Dessa vez pareceu tão... fácil. — falei curioso. — Sim, você de saiu muito bem — riu. — Teve o controle da situação, bom garoto. — abriu os braços e eu fui até ela, para beijá-la. — Amor, seu pai, Josh e Olívia ainda estão aqui, mas eles só entram de você quiser receber e se estiver bem. — garanti. — Deixe-os entrar, quero ver minha família. — Cassidy pediu, os olhos brilhando de emoção. — Tudo bem. — Concordei, sorrindo enquanto autorizava a entrada dos três,
Meses depois Respirei fundo pela terceira vez. A ansiedade era inevitável. — Está tudo bem, Cassidy? — Kai indagou, o tom preocupado transparecendo em sua voz, enquanto seus olhos passeavam atentos pela minha expressão. — Sim, meu amor, está tudo bem. Só estou um pouco cheia, acho que comi demais. — Sorri, tentando tranquilizá-lo, mas sentia um aperto no peito que não conseguia disfarçar. — Mas você comeu bem pouco hoje — comentou, franzindo a testa. — Tem certeza que não é o caso de irmos ao hospital? — Tenho certeza, está tudo bem, meu amor. — garanti, acariciando minha barriga. O peso era constante, e o cansaço me consumia mais do que quando estive grávida de Rubi. Nosso filho seria um menino grande e forte. As contrações de treinamento haviam se intensificado, e eu tentava ignorar a sensação incômoda que se repetia. — Mama! — Rubi chamou, estendendo os bracinhos para mim. Seus olhos curiosos observavam a barriga enorme. — Sim, querida. — Ofereci a mão, enquanto ela se aprox
Último capítulo