Amália, no quarto, olhava pela janela, inquieta. O céu já anunciava a madrugada quando a claridade dos faróis rompeu o escuro da alameda. Um feixe de luz riscando o chão da entrada como um sinal.
O coração dela disparou.
Saiu do quarto e desceu, quase correndo, a escada. Cada degrau era um empurrão contra a ansiedade que tentava disfarçar desde o fim da tarde.
Ouviu o som abafado do carro na entrada. Parou, indecisa diante da porta. Parte dela queria abrir, mas achava que devia esperar, conter-se, parecer alheia. Mas era tarde, tanto para o controle quanto para a dissimulação.
O estalo da porta do carro foi o suficiente.
Ela segurou a maçaneta sem pensar abriu a porta.
E então o viu.
Glauco apoiado em Danilo, os ombros tensos, o rosto um pouco contorcido. Havia poeira em suas roupas, que estavam desalinhadas.
— O que houve? Você... está ferido? Me deixe ajudar... o médico... a voz de Amália se atropelou nas palavras, aflita, tentando alcançar o rosto dele com as mãos.
Glauco a