Por um instante, ele não soube o que responder. A luz fraca do corredor iluminava apenas parte do rosto dela. Havia sarcasmo na voz de Amália, sim, mas por baixo havia cansaço... e dor.
— Sua dívida não é o que me preocupa agora. Disse ele, mais sério.
Ela ergueu os olhos, mas não se mexeu.
— Então o que é? Minha presença aqui? Ou o que não consegue entender sobre mim, ou porque não pode me controlar?
Glauco se aproximou da cama devagar. Olhou ao redor, sentindo o cheiro de mofo e o frio úmido que subia do chão.
— Não sei o que me incomoda mais. O fato de você ter descido... ou o fato de eu não conseguir explicar por que me incomoda. Disse, em voz baixa, mais para si mesmo do que para ela.
Ela esboçou um meio sorriso, frágil. queria entender o que se passava com ele, que lugar ocupava na vida dele, se é que tinha um lugar na vida dele.
— Talvez porque aqui embaixo ninguém te enxerga. Nem eu. E isso te incomoda. Ela disse de maneira fria.
Ele não respondeu. Apoiou-se na cama, fazendo o