Amália suspirou discretamente, oscilando entre a sensação de ser protegida e a de estar presa. Ele se voltou para ela uma última vez, e por um instante o semblante duro se suavizou. Aproximou-se, tocou-lhe o rosto com delicadeza e murmurou:
— Confio em você. Mas o medo de te perder… pesa mais do que tudo.
Ela apenas assentiu, sentindo-se dividida. No fundo, entendia aquela angústia, mas desejava, mais do que nunca, ser vista não só como alguém a ser protegido, mas como mulher capaz de escolher seus próprios passos.
Glauco então se afastou, a postura novamente ereta, cada gesto calculado como o de um homem prestes a enfrentar algo maior. Quando a porta se fechou atrás dele, o silêncio que se instalou na mansão foi tão pesado quanto a ausência dele.
Antes de entrar no carro, Glauco reforçou a segurança. Chamou dois homens de confiança, deixou ordens claras e ainda acrescentou:
— Se ela quiser sair, me avisem. Sua voz era firme, não admitia réplica.
Glauco cortou a cidade com o coração