Esquentou a frigideira e colocou um pedaço suculento de pêra, regando-o com saquê. Ao encostar o líquido, uma labareda subiu, alta e súbita, assustando Natalia, que depois do susto riu animada, mas em segundos o detector disparou, e logo água começou a cair do teto, fria, em chuva desordenada.
Natalia se assustou, levando a mão à boca, e Laerte correu até ela. Instintivamente, a ergueu e a colocou sobre a mesa, abraçando-a para protegê-la da água que caía. O som do alarme, a chuva fria e o calor do corpo dele contra o dela criaram um instante suspenso no tempo.
Os olhos de Laerte queimavam nos dela. O coração batia forte, o perfume de Natalia misturado ao vapor da cozinha o envolvia. Os rostos estavam próximos demais, os lábios quase se tocando.
— Você me autoriza? Ele sussurrou, pedindo um beijo, a voz rouca, tão perto que ela sentiu o calor de sua respiração.
Natalia não respondeu. Apenas fechou os olhos, entreabrindo os lábios, esperando por ele.
Laerte não resistiu. Aproximou-se l