Na cozinha, o cheiro de comida fresca ainda preenchia o ar. Amália havia pedido que preparassem algo leve, mas, ao lado de Glauco, o apetite que antes parecia distante começava a despertar. Sentaram-se à mesa, como de costume: ele na cabeceira, ela ao seu lado direito.
Glauco observava cada gesto dela com atenção quase devocional. Desde que a trouxera para aquela casa, sua vida nunca mais fora a mesma. Adorava conversar com ela durante as refeições, admirava a delicadeza e a elegância com que Amália segurava a taça ou manipulava os talheres. Não era esforço, era naturalidade. E era justamente isso que o encantava.
— Então... Amália começou, mexendo devagar na comida com o garfo. — O que vai acontecer com Henrico? Perguntou, com a voz acanhada, sem coragem de encarar seus olhos.
O semblante de Glauco se fechou imediatamente. A pergunta caiu como uma pedra no lago tranquilo que havia se formado entre eles, quebrando o silêncio harmonioso com ondas de inquietação.
— Por que pergunta? Es