Giulia… me perdoa

O hospital já não cheirava a medo. Agora era só o perfume forte das flores no quarto, o som repetido das máquinas e o clique abafado dos sapatos dos enfermeiros no corredor. Um mundo em suspensão — nem dor, nem paz. Só espera.

Cheguei cedo, como vinha fazendo nos últimos dias. Comprei dois cafés na cantina do térreo — um forte e amargo para mim, outro com bastante açúcar, do jeitinho que ela gostava.

Buongiorno, amore mio — ela sorriu ao me ver entrar, os cabelos um pouco mais arrumados, o rosto ainda pálido, mas com cor suficiente para me aquecer o peito.

Buongiorno, mamm

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