No dia seguinte, o salão principal da mansão Mancini estava lotado. Capos de todas as famílias aliadas e neutras haviam sido convocados. O som grave das vozes, o tilintar dos copos, os olhares carregados de tensão formavam uma atmosfera densa — como um trovão prestes a cair.
Salvatore Mancini entrou por último.
Não sorriu, não cumprimentou. Só caminhou até o centro da sala, parou diante da lareira apagada, e ergueu um envelope vermelho.
— Este é o sangue de um de vocês.
Silêncio absoluto.
— Não literalmente, claro. Mas emocionalmente. Porque quando alguém leva uma mulher inocente, ligada a um dos meus homens… está dizendo para todos aqui que nossas famílias são vulneráveis. Que nossas mulheres podem ser moeda.
Ele ergue os olhos. E ali, naquele segundo, não havia o marido de Giulia, o pai de Aurora, nem mesmo o amigo. Havia o Don.
— Isso não é mais sobre Giovanni. É sobre todos nós. Hoje foi Serena. Amanhã será a filha de outro. A irmã. A esposa. Por isso, quem não se mover comigo...