O tempo no hospital parecia existir em outra dimensão. As horas não passavam — escorriam, lentas, como mel frio. Eu caminhei de um lado para o outro do corredor, as mãos entrelaçadas, as unhas marcando a palma. Serena me trouxe café, mas eu mal encostei na xícara.
Quando o médico apareceu, o mundo parou.
Ele tinha olhos cansados, mas um sorriso discreto no canto da boca.
— A cirurgia foi um sucesso.
Meu corpo cedeu. Respirei pela primeira vez em horas. Ele continuou, com voz profissional, mas gentil:
— Retiramos a massa com segurança. Ela vai precisar de observação, um tempo de recuperação... mas ela está bem. Forte. L