A luz suave da manhã atravessava as cortinas grossas do quarto, desenhando faixas douradas no chão de madeira.
Meus olhos se abriram devagar. O corpo ainda pesado pela vigília, mas o coração… o coração acelerou assim que percebi.
Os braços dela estavam em volta da minha cintura.
Serena.
Ela estava acordada. Deitada ao meu lado, o rosto enterrado contra meu abdômen, como se buscasse abrigo no próprio calor do meu corpo. Os ombros tremiam. E demorou um segundo até que eu percebesse o que era aquilo.
Ela estava chorando.
Lentamente, passei a mão por entre os fios do cabelo dela, com um cuidado quase reverente.
— Serena? — chamei baixinho, com medo de quebrá-la mais uma vez. — Ei… sou eu. Tá tudo bem agora.
Ela não respondeu. Apenas apertou mais forte o abraço. As lágrimas molhavam minha camiseta. E eu deixei. Que chorasse. Que desabasse tudo ali.
— Você voltou… — sussurrou, a voz trêmula e abafada. — Eu achei que… que ia morrer lá. Que ninguém vinha. Que… que você tinha me deixado.
— Nun