Ela vai acordar, Giovanni. - Serena e Giovanni
Corremos pelo túnel, os pés espirrando água suja, a respiração presa na garganta. A dor de Salvatore era visível — sangue manchava sua lateral, o ombro ferido estava rígido — mas ele não parava. Nem eu.
A luz no fim do túnel era fraca, quase imperceptível, mas sabíamos onde levava: o cais velho. Morozov estava tentando escapar. O som de um motor ao longe confirmou isso.
— Ele tem um barco — murmurei.
— Não vai sair dali — Salvatore respondeu, num tom baixo, rouco, carregado de ódio.
A silhueta dele surgiu na saída. Morozov corria em direção ao píer, mancando, o braço ensanguentado pressionando o abdômen. Um barco pequeno estava à espera, com dois homens russos armando os motores. Ele gritou algo em russo, apontando para trás.
Eles viraram as armas na nossa direção.
— COBERTURA! — gritei, me jogando atrás de um dos pilares de concreto. Salvatore se abaixou atrás de uma caixa enferrujada.
Tiros estouraram. Madeira, pedra e faíscas voaram.
Respirei fundo. Olhei para Salvatore.
— Eu vou p