Descemos do carro em uma clareira longe da estrada principal. O céu já estava completamente azul, mas para mim, tudo parecia tingido de cinza.
Salvatore veio até mim, o rosto coberto de fuligem, as mãos cerradas em punhos.
— Você viu o carro? — ele perguntou, direto.
— Vi a explosão. Vi fumaça. E ouvi o rádio.
Ele não estava morto.
Ele sumiu.
Salvatore chutou uma pedra, os olhos faiscando de ódio.
— Eu devia ter cortado a garganta dele quando tivemos a chance. Essa clemência vai nos custar caro.
— Ele não escapou sozinho. — cruzei os braços, tentando controlar a raiva. — Alguém avisou. Alguém muito perto.
Marco se aproximou, respirando com dificuldade.
— Temos quatro mortos. Dois desaparecidos. Um dos motoristas está gravemente ferido… perdeu a perna na explosão.
— E o resto? — perguntei.
— Os que sobraram estão na rota B, recuando para o ponto de apoio. Mas estão assustados. Acham que a guerra voltou de vez.
— Não acho. — Salvatore murmurou. — A guerra nunca foi embora. Só estávam