A cafeteria estava lotada naquela manhã. O cheiro de café recém-passado misturado ao de pães quentes fazia o ambiente parecer mais aconchegante do que realmente era. Eu me escondia atrás do balcão, limpando xícaras, tentando me convencer de que a noite anterior não tinha existido. Nem Russ, nem James, nem aqueles olhares que ainda queimavam na minha mente. Nem aquela aproximação de Russ que me fez perder o fôlego.
Mas era impossível fingir normalidade por muito tempo. Eu me esforçava, puxava conversa com os colegas, ria das piadas sobre clientes estranhos, comentava sobre o clima. Vida simples, conversa simples. Um universo em que “Carly” não existia, apenas Lucile — a garçonete universitária, a filha de uma mãe doente, a garota comum. E era assim que eu queria ser lembrada.
Foi quando voltei de uma pausa, ajeitando o avental, que o tempo pareceu parar. Ele estava ali.
Russ.
Meu coração errou o compasso. Por um instante, achei que estivesse imaginando. Mas não, era ele. Enc