O corredor ainda estava impregnado do perfume das mulheres que haviam passado por ali, misturado ao leve cheiro de álcool e flores do salão. Eu empurrei a porta do banheiro e saí, ajeitando o vestido como quem tenta recuperar a compostura depois de quase perder o fôlego. Só que meu corpo inteiro congelou quando meus olhos encontraram os dele.

Russ estava encostado na parede oposta, como se soubesse que eu sairia por ali. Os braços cruzados, a postura relaxada, mas os olhos fixos em mim com uma intensidade que me deixou em alerta.

— Oi, você de novo. — A forma como ele disse soou carregada de sarcasmo, como se saboreasse cada sílaba. — Não achei que fôssemos nos encontrar novamente.

Eu fechei o rosto, não respondi. Não ia dar a ele o prazer de arrancar qualquer reação. Desviei, pronta para seguir em frente, mas senti sua mão firme prender meu pulso.

— Por favor. Não vire as costas pra mim enquanto eu estou falando. — Sua voz era baixa, mas tão autoritária que me atravessou c