O que fazer quando o seu inimigo é a sua única salvação? Esse é o caso de Stella Esposito, que após uma única noite acabou tendo sua vida virada de ponta cabeça e sua única alternativa para sobreviver foi firmar um acordo com Lucca Bertalli, o inimigo mortal de sua família e um grande maníaco, segundo as histórias que ouvira. Lucca planeja vingança e Stella acaba de ser a peça chave para conquistar o que quer: a grande queda dos Esposito. Mas, o que ele não planejava, era que além de Stella ser a ruína dos seus inimigos, ela também era a sua. Ter Stella já foi uma batalha vencida mas agora, com a volta de seu sogro, a guerra está prestes a começar.
Leer másAcordei pela manhã numa cama que não era a minha, num lugar que não conhecia e, pelo barulho do chuveiro, com alguém que eu não faço a mínima ideia de quem seja. A minha cabeça doía e nem descreverei o gosto que estava na minha língua, que por sinal parecia uma lixa. Pisquei algumas vezes, antes da ficha cair e me levantar rapidamente.
"Eu dormi. Acompanhada. Alguém. Dormiu. Comigo." Tiro a coberta, eufórica. Eu estava nua e tinha marcas vermelhas nos seios e ao olhar para o lado, o pânico surgiu. Sangue. Num pulo, me levantei da cama em formato de coração e a ardência no meio das pernas me fez ficar em choque. "Eu perdi. A minha virgindade. Com um estranho." Flashbacks passam por minha cabeça, meus breves momentos lúcida. Um cara me ofereceu bebida, conversamos um pouco e logo já estava em seu carro, não me recordo de ter saído, mas, lembro-me dos amassos no corredor e curtos momentos da transa. — Alex vai me matar. — passo as mãos no cabelo — Eu destruí o meu noivado. Meus olhos começaram a arder. Eu simplesmente acabei com tudo, fiz a destruição completa da minha vida em uma única noite. Mas, se eu não contar, não irá acontecer nada, né? Posso pagar esse homem para ficar quieto, lhe dou uma quantia significativa e ele some. Não haverá traição se ninguém souber. Até ele voltar, depois de anos, e me extorquir... Grande ideia Stella, grande ideia. Sair. Preciso sair daqui. Começo a andar pelo quarto, á procura de minhas roupas, Meu vestido estava jogado perto da porta, meus saltos, perto da cama e a calcinha... Não estava em nenhum lugar. O chuveiro é desligado. Começo a me vestir, esqueça a calcinha, só preciso estar vestida para fugir daqui. Na ponta dos pés, caminho até a porta, tomando o devido cuidado para não fazer nenhum ruído. Giro a maçaneta devagar e puxo a porta. Não abriu. Tento empurrar mas, também não houve nenhum movimento. Eu estava trancada. — Está querendo ir embora, princesa? Ao ouvir a voz rouca ressoando atrás de mim, paralisei no mesmo lugar, a barriga gelou e em meu peito, o coração pulava como um batuque de tambor. — Olha, tenho certeza que nenhum de nós dois é G.P, então, fica aí, vamos conversar. — A chave, onde ela está? — Comigo. — Ótimo, me entregue. — estendo a mão para trás. — E por que eu faria isso? — impertinente. É exatamente a palavra que resume esse cara. — Se quer dinheiro, eu te dou. Mas, em troca, quero que esqueça tudo o que aconteceu e abra a passagem. Tenho um compromisso importante e não posso perder meu tempo aqui. — E por acaso isso envolve o Alex, Stella Esposito? Meu corpo todo se arrepia. Esse cara sabe quem sou, ele tem o poder de me ferrar completamente. Maldita hora que resolvi descontar as mágoas na bebida. — Posso pagar pelo seu silêncio, fale um preço. Um riso ecoou pelo quarto, grave e rítmico. Tenho o poder de dar qualquer valor para esse homem, sei disso, porém, o som que acabara de ouvir, soava como um deboche. — Eu não quero seu dinheiro, garota. Não quero nada que venha de sua família imunda. — Acho bom você dobrar essa sua... — viro-me para encarar o cretino, entretanto, após isso, não consegui dizer mais nada. O moreno era alto, tinha tatuagens no braço e no peito, seu olhar era matador e tinha um corpo escultural, mesmo estando de toalha, suas curvas eram bastante visíveis. Meu silencio não era por sua beleza, estava calada por saber exatamente quem ele era. Se fosse um civil comum seria mais fácil contornar a situação, no entanto, quando se trata de um mafioso, a complexidade disso triplica. Como os sinais indicam, perdi minha virgindade com ele. Com Lucca Bertalli, o homem que minha família quer destruir e aniquilar e cuja a fama, não é tão boa. Segundo boatos, ele é um maníaco e gosta de matar por diversão. Um verdadeiro louco. Pelo o que ouvi, ele começou no mundo da matança aos 9 anos. Em toda a minha vida, papai nunca me deixou ver nada com relação a esse lado obscuro que temos, mesmo sendo sua única filha. — O gato comeu sua língua? Vamos, sente-se, temos muito o que conversar. — Não. — balanço a cabeça negativamente — Não tenho nada para falar com você. — Tem sim, podemos começar falando do seu cabaço. Franzo o cenho em dúvida. Por qual razão eu teria uma conversa dessas com um desconhecido? — Virgindade, lacre, tampão... como preferir chamar. O ponto aqui é que te comi, você era lacrada, rompi essa bosta e segundo a lei, princesinha... — Meu nome é Stella! — corrijo-o — Tanto faz. O que interessa é que agora você me pertence. — diz calmamente. Dessa vez, foi a minha vez de rir. Risada causada pelo meu total desespero. Eu conheço as leis da máfia, eu sei disso, mas não sou louca como ele. Não irei passar o resto da minha vida ao lado de um homem como Lucca, só de imaginar, meu estômago chega a revirar. — Não sou um objeto, senhor Bertalli. Atualmente, o que quero é apenas o seu silêncio. — Lucca, antes de tudo, me chame apenas pelo nome. Agora, quanto o meu silêncio, pode ter certeza que não irá conseguir. Sairá daqui comigo e ainda hoje virará minha esposa, você querendo ou não. — Teu bico fechado é o mínimo que tem que fazer depois de ter me violado, ambos esqueceremos do acontecido e cada um segue sua vida. — Te violado? A tensão sexual foi recíproca. Ambos quisemos, não te obriguei a dormir comigo e nem você me obrigou. — E vai provar como? — Fazer isso é fácil demais. Há câmeras no clube e câmeras neste motel, tenho elas em minha posse. E nelas, rebato o seu pretexto inútil de violação. Apenas continuo olhando em seus olhos, tentando no mínimo, não parecer desesperada. Eu sei que bebi demais, estraguei a minha vida inteira e traí a confiança de alguém, mas, eu quero a minha vida normal. É meu desejo. Fingir que essa bagunça nunca aconteceu. — O que acha de se sentar? Teremos um dia e tanto hoje. — Não vamos ter, não me inclua nisso. O que eu irei fazer é sair daqui e fingir que nada aconteceu, esquecer que dei para uma pessoa como você. — Reformulando, esquecer que se entregou a mim. — Lucca rosna enquanto se aproxima e a minha única reação foi apontar meu salto em sua direção — Já aconteceu, princesa, já te fodi encima daquela maldita cama umas 3 ou 4 vezes durante a noite. Não há como reverter, você é minha. Precisa aceitar. — Cala a boca, cala essa boca pelo amor de Deus. — Sabe as regras. Sabe que não estou mentindo e sabe o que vai acontecer se descobrirem o que aconteceu entre a gente e no momento que sair daqui, sem aceitar a minha proposta, espalharei tudo. Incluindo as imagens das câmeras. — ele coloca a mão no salto apontado para ele — Agora, me responda Stella, vai casar comigo ou não? E foi assim que entrei nessa furada.Inúmeras coisas passam por minha mente. Papai acordou, finalmente ele acordou. Sinto as lágrimas de felicidade descerem por meu rosto, entretanto, logo após, a garganta começa a secar. O que meu pai pensará de mim? Se Alex contar que me casei com Lucca, seu estado de saúde irá piorar, mas, se não, quando descobrir por si só, estarei lascada.O celular é puxado de minha mão bruscamente e ao olhar em seus olhos, sinto um arrepio passar por meu corpo e a garganta se fechar. Malditö olhar ameaçadör!— Falei para não mexer em aplicativos de mensagens, não me entendeu?— Ia me esconder isso? Iria esconder que meu pai se recuperou do coma?— Isso não é um assunto que diz respeito a você. — respondeu secamente.— Mas é o meu pai, Lucca! Como a minha família não me diz respeito?— A sua família sou eu, a partir do momento em que se casou comigo, e ninguém mais. Ele não é nada seu, além de parente. — afirmou enquanto olhava para mim pelo retrovisor.— De qualquer maneira, é o meu pai. Pode quer
— Nada mal. Seu sorriso é exposto. Lucca é um homem fácil de agradar, é isso o que realmente parece. Essa cooperação momentânea o deixou feliz e a única coisa que fez foi me ajudar, nada mais que isso. Foi um homem respeitoso e nem pegou em partes que para mim, são constrangedoras. Já sentado no banco do motorista, Lucca tira seus sapatos e coloca outros, deixando os antigos dentro de uma sacola de plástico. Em seguida, fecha a porta, liga o carro e coloca o cinto de segurança.— A viagem vai ser longa, descanse.— Lucca. — o chamei antes de começar a pisar no acelerador. Até que era encantador seu nome saindo de meus lábios, até eu me surpreendi ao notar.— Sim, monamour? — ele se virou rapidamente e olhou para mim.— É... — tento encontrar alguma desculpa mas, não consegui inventar nenhuma a tempo — Quer saber, esqueça. — virei-me de costas para ele e me cobri com o cobertor. Ainda sentia seus olhos em mim, porém, essa sensação foi dissipada ao ver a paisagem a fora se movimen
Instintivamente fecho os meus olhos, esperando o baque. Meu braço é puxado com força, fazendo a minha trajetória mudar e um som alto, que antes deveria ser do meu corpo se chocando com o chão que agora acabou não sendo. Terminei caindo em algo fofo e quente e quando me dou conta, Lucca estava ali, sentado no chão e comigo em seus braços.Como ele chegou tão rápido? Simplesmente não sei, porém, acabou me salvando da queda.— Está louca? Te deixo sozinha por 5 minutos e quase se matå!— Eu precisava do sabonete líquido.— E se batesse a cabeça? Não pensou nisso?!— Não, como disse, precisava do sabão. Agora, teria como tirar suas mãos de mim? Eu ainda não terminei meu banho.— Ah, terminou sim. Não peguei a sua toalha ainda e pelo o que parece, se eu te deixar sozinha, criança, vou te encontrar deitada numa poça de sangue.— Admito o meu descuido mas, não saio daqui sem me lavar. E outra, não me chame de criança. — sento-me enquanto encaro seu rosto.— Chamo, pois neste estado é como se
Lucca se levantou e ligou o chuveiro. Sua mão estava nos jatos d'água. O tatuado, para medir a temperatura, virava frequentemente a mão. Até que fechou um pouco mais o registro e tirou sua mão num chacoalho. Provavelmente a água estava quente o suficiente.— Vamos, tire a roupa e venha.— Já falei que não preciso de sua ajuda.— Não me faça ir até aí e tirar isso.— Não irei tirar minha roupa, não com você aqui.Um suspiro sai de sua garganta, seguida de uma risada baixa e curta.— Stella, eu já vi tudo o que esconde por debaixo do tecido, vai dar uma de tímida agora?— Olha, sinceramente, eu não te quero nem perto de mim, muito menos quero que me toque. Repetirei isso quantas vezes forem necessárias até você entender.— E eu entendi, a questão é que não farei o que você quer. Eu sou seu marido e...— E eu nunca quis que você fosse! — o interrompi — Eu não quero um marido...— Você só não ME quer como marido. É uma coisa bastante diferente, Stella. Pois, sei que se eu fosse o Alex, su
— Vou trazer a cadeira, senhora.Como o diabø foge da cruz, o doutor saiu correndo do quarto. Aposto que não queria ser o nosso meio de comunicação ou ficar entre nós dois. Até entendo se ele estiver pensando: "Briga de marido e mulher, ninguém mete a colher"Só que nosso problema não tem nada haver com isso. É algo mais profundo. Ele matou o meu melhor amigo. Eu e Mattia crescemos praticamente juntos. Além disso, um marido não faria nada do que ele fez comigo e também tem o fato de eu não querer esse casamento. Casei para ter a minha pele salva mas, caí nas garras do lobo e ele me machucou muito.— Você não precisa daquela cadeira! — afirmou, transmitindo a sua indignação e fúria.Continuei num completo silêncio. Eu não queria ver seu rosto, ouvir sua voz e nem mesmo sentir o cheiro do sabonete exalando do seu corpo, mas, mesmo eu deixando claro que o quero longe, Lucca parece se aproximar ainda mais e eu não quero isso.Quanto mais longe melhor. Se perto trás angústia e tristeza, lo
Algumas enfermeiras entram correndo, como se eu fosse algum tipo de liquidação de sapatos. Eu só quero ficar sozinha, por que insistem tanto em me rodearem?Assim que estão ao meu lado, uma delas coça a garganta, fazendo com que eu a olhe.— Precisaremos recolocar o soro, podemos?— Eu estou ótima, não preciso disso.— Senhora Bertalli...Me levanto rapidamente mas, mesmo sentindo a pressão caindo, a respondo:— Nunca mais me diga isso, não quero ouvir, ver ou até mesmo sentir algum cheiro que me lembre daquele homem. Eu quero sair daqui.— Me desculpe. Quanto a sua saída, não será possível. Seu corpo ainda está fraco, te colocamos no soro para se hidratar e recuperar as vitaminas perdidas. Devemos recolocar, para que fique bem mais rapidamente.— Quanto tempo?— Perdão...?— Quanto tempo para terminar esse saquinho aí?— Uma hora à duas, depende de como está a veia em seu braço.— Coloque logo. — estendo o braço e viro meu rosto para o outro lado, sinto o algodão tocando em minha pel
Último capítulo