Depois de flagrar o marido aos beijos com sua irmã caçula, Cinthia resolve dar fim a sua própria vida, pulando de um penhasco, e caindo no mar. Depois de ser, milagrosamente, resgatada por um rico e poderoso empresário, ela decide fingir ter perdido a memória, e começa a viver uma nova vida. Inevitavelmente, apaixonada por um estranho de tão rara beleza, ela aceita usar uma falsa identidade e se ver obrigada a ter que se casar com ele para manter sua farsa de mulher sem passado. O que ela não imaginava, era que aquele seu anjo salvador não era um completo estranho para o seu marido traidor, e os seus caminhos ainda seriam entrelaçados. Que preço Cinthia pagaria para ter uma nova chance de ser feliz?
Leer más“Eu pulei do penhasco e me joguei ao mar, deixando a dor da decepção apagar todo o meu passado. Eu só queria esquecer aquela traição, mesmo que isso custasse a minha vida, os meus sonhos e por fim, a minha identidade. “
Foi assim que tudo começou… Eu dirigia feliz, havia fechado um grande negócio! Com a venda daquela mansão milionária, finalmente poderia trocar o carro do meu marido. Diogo se queixava sempre que, enquanto não chegasse a tão sonhada promoção na exportadora em que trabalhava, teria que se conformar com o seu carro, que não trocava há três anos. De repente, por ironia do destino, o surpreendo dirigindo quase do meu lado. O farol fechou e ele estava tão ansioso, impaciente, olhando para frente que não me viu. Meu coração disparou de felicidade e eu o segui, ele dirigia rápido e eu desviava dos carros para alcançá-lo, cheguei a gritar o seu nome, mas ele não me ouviu. Para mim, era muita sorte não precisar chegar em casa para lhe contar do meu grande feito, me sentia orgulhosa por poder ajudar o meu maridinho querido! Quando o carro dele entrou no estacionamento de um luxuoso bar à beira mar, eu franzi a testa curiosa. O que ele estaria fazendo fora da empresa naquele horário? Foi aí que acendeu uma luzinha. Diogo não costumava fazer trabalhos externos, não se encontrava com clientes ou coisa parecida. Eu também entrei no estacionamento com a boca seca de nervoso. Tola, eu pensei que ele estivesse voltando mais cedo para casa. Será que eu sabia realmente qual era o horário de trabalho dele? Eram tantas reuniões, chegava muitas vezes tarde, e eu já estava na cama, cansada depois de um dia de trabalho. Bem, vamos ao que interessa, eu desci do carro e caminhei atrás dele em passos indecisos. Ele entrou no estabelecimento, procurando ansioso por alguém. Cath, minha irmã mais nova, veio ao seu encontro com os olhos brilhando de emoção. Os dois se cumprimentaram com um caloroso beijo, daqueles que só os amantes, da classe: “romances proibidos” são capazes de se dar ao luxo em público. Fiquei tão desorientada que só acertei o caminho do toalete. Fui abordada na porta por um garçom muito simpático. — Senhora, me desculpe, mas esse é o toalete masculino— ele disse sem jeito. Os meus olhos estavam inundados de lágrimas e apenas lhe respondi: — Me desculpe, por favor! Olhando, vez ou outra para os traidores que se beijavam constantemente numa mesa, saí desorientada na direção de um penhasco. O rapaz me seguiu e segurou o meu braço. — O que pretende fazer, senhora? Eu me sentei no chão de mato rasteiro, depois de olhar para a felicidade de Cath, sem acreditar, pois eles pareciam se odiarem desde sempre! Era nisso que eu acreditava, pelo menos! Lembranças vinham à mente. Desde pequena ela atrapalhava o meu namoro com Diogo! Meu Deus, eu não conseguia reagir. O rapaz olhou para a direção dos meus olhos e ficou curioso: — A senhora os conhece? Eles vem sempre aqui! Eu neguei com a cabeça e comecei a tossir nervosa. O rapaz ficou apavorado. — Vou lhe buscar um copo com água, fique calma, volto num minuto! Quando ele deu as costas, sem pensar muito, eu me levantei e decidi que acabaria com a minha vida ali, para sempre! Eu simplesmente, pulei do penhasco e caí no mar. Eu queria deixar de ser a melhor esposa do mundo, a mais apaixonada, e nascer novamente. As ondas me arrastaram com violência e eu não tive reação a princípio, até que o medo tomou conta de mim. Comecei a nadar incansavelmente. Cheguei numa área onde as águas eram mais calmas, e respirei aliviada, me deixando levar pelas lembranças do meu passado. Meus pais deveriam saber de tudo e me deixaram casar mesmo assim. Nem sei se os teria dado ouvidos, talvez eles tivessem tentado, mas nunca deveriam ter desistido. Acho que a superproteção pela minha irmã mais nova falou mais alto. Eu boiava apenas, flutuava na intenção de descansar o corpo, depois das braçadas que fui obrigada a dar para sair do mar revolto. Olhei em volta, sabia que estava distante do bar onde deixei meu marido com a minha irmã. Eu não queria mais vê-los, eu os odiava! As águas já me levavam na direção de uma propriedade particular, onde morava um ser tão lindo que parecia de outro mundo. De fato, era um mundo distante do meu, cheio de luxos, etiquetas, bem diferente do meu passado, apagado pelas águas que agora me arrastavam com violência para o meu novo destino. Minha bolsa ficou para trás e não foi só ela, meu dedo anelar esquerdo também estava livre, mas nesse momento eu ainda não tinha consciência disso.— O quê… assim!— ela ficou confusa e feliz. Ele sorriu, com uma carinha de apaixonado. — Eu quero ter uma casa, uma família, como todo mundo. Quero ter folgas, ter uma mulher me esperando todos os dias, essas coisas! — Eu também!— Antonietta tinha um jeito infantil, mas extravagante! Mas Giglio queria mais. — Hoje, quando ouvi o choro do herdeiro, eu desejei ser pai. — Pai! Assim… pai de verdade? Ele achou graça do embaraço da namorada. — É… eu quero ter um filho, Antonieta! Eu quero ouvir esse choro e saber que é fruta do nosso amor! Antonieta ficou emocionada, e pulou no pescoço de Giglio. Ele foi pego de surpresa e começou a rir. Depois a suspendeu e a carregou nos seus braços pelo caminho de pedras que levava até a casa. Gina, que chegava no terraço, naquele momento, foi a primeira a receber a notícia. — Eu fico feliz por vocês — ela disse serena, com as mãos à frente do corpo. Giglio colocou Antonietta no chão, sem perceb
Gina ainda falou que ela e Antonieta eram uma dupla, e que particularmente nessa situação, a colega estava mais tranquila do que ela. Caterina olhou para Antonieta, pela primeira vez, com admiração. — Fico feliz em saber que o meu filho está cercado de pessoas como vocês! Elas ficaram se olhando orgulhosas, até que eu comecei a ofegar. As contrações aumentaram muito! — Eu não vou aguentar!— eu disse quase gritando. Caterina apertava mais a minha mão e a sacudia, enquanto falava com firmeza. — Você é forte, Cinthia! Vamos! Meu filho vai ficar orgulhoso de você! Gina e Antonieta já estavam abraçadas, assustadas, nos olhando com cara de choro. — Mais gazes, Gina!— Vincenzo disse impaciente. As criadas saíram correndo novamente. De repente, no meio daquela correria, eu senti um impulso e apertei a mão de Caterina. Meu grito ecoou pela casa. — Nasceu!—Antonietta disse fazendo o caminho de volta. Gina foi buscar os rolos de g
Vincenzo estava suando, enquanto me olhava atento. — O que está sentindo agora?— ele quis saber. Gina e Antonieta pareciam baratas tontas. Sumiram da minha frente e foram providenciar o que Vincenzo pediu. As duas pararam assustadas num pequeno corredor, onde ficavam os mantimentos. — Precisamos avisar o senhor Matteo!— Antonietta disse assustada, olhando para trás, com receio de que os Spinelli viessem atrás delas. Gina ficou inquieta e pensativa. — Eu sei o que estão querendo fazer. Melhor chamar uma ambulância! Antonieta tirou o celular do bolso do avental. — Vou deixar tudo nas mãos do patrão. Ele saberá o que fazer. Matteo estava em reunião com Silva e Diogo, mas atendeu a chamada ao primeiro toque. Depois de saber o que estava acontecendo, saiu correndo, seguido pelos seus assessores. — Patrão! Aconteceu alguma coisa? É com a Cinthia, não é?— Diogo estava desesperado. Matteo não dizia nada, parecia louco. Não q
— Vai parar agora? Chegou até aqui!— ela falou me surpreendendo. Eu pensei mesmo que ia cair. Olhei para baixo e vi Vincenzo parado ao pé da escada. — Está tudo bem aí, Caterina?— ele também não confiava na bondade da esposa. Ela riu gentilmente, sem perceber o que pensávamos à seu respeito. — Pois é Vincenzo. Ela subiu até aqui e travou, acredita? Não consigo mais fazê-la andar! — Eu vou ajudar — ele disse avançando pela escada. — Não, não precisa!— eu falei desesperada. Imaginava tanta coisa! E se ela me empurrasse dali, depois falasse que foi um acidente! Vincenzo segurou o meu outro braço e me impulsionou para cima. Eu procurei por Matteo, ou Gina. Por que ninguém aparecia para me ajudar? Os dois me conduziram para o quarto. Depois me fizeram sentar à beira da cama. Eu os olhava assustada. — Podem ir. Estou bem agora!— eu disse com as mãos espalhadas na cama. Caterina foi até a sacada do meu quarto e ficou olhando para baixo. Vi
Minha mãe foi embora satisfeita. O coração estava tranquilo, limpo de todas as coisas que Diogo tinha lhe relatado. Diogo também não perdia mais o seu tempo se preocupando comigo. Passava horas pensando em Emma. E em como ela era linda e fascinante. Ele custava a crer que uma mulher como aquela pudesse se interessar por ele. Chegou o dia em que iriam se encontrar num restaurante fino. Emma estava linda num vestido longo, verde musgo. Diogo também estava elegante, num terno caro. Ele renovou o guarda roupa, depois que foi promovido. Parecia um encontro de almas. Emma também se sentia lisonjeada. Ela nunca havia sentido, que tivesse despertado o interesse de alguém, como aquele brilho que via nos olhos de Diogo. Ele não era rico, nem de família tradicional como ela, mas tinha bom gosto. Aquele lugar fino que escolheu para o primeiro encontro, diminuiu a diferença financeira que havia entre eles. Diogo se assustou um pouco quando viu a conta,
Matteo levantou-se rapidamente e saiu da sala correndo. Eu estava no closet com a minha mãe, juntando algumas coisas. — Precisamos de ajuda, mãe. Tem muitas coisas do bebê para arrumar!— eu disse, secando as lágrimas teimosas que não paravam de escorrer pelo meu rosto. Matteo chegou ofegante, desesperado. — Não quero que vá!— ele disse. Eu me virei, juntamente com a minha mãe. Ficamos boquiabertas. Matteo nos olhava suplicante. — Não sei como seria a minha vida sem você, e sem o meu filho por perto todos os dias! — Ele vai sair da minha barriga, e vai poder vê-lo sempre que quiser! — eu disse, voltando a arrumar as roupinhas do bebê. — Não vou deixá-la ir, está decidido!— ele disse sério. Minha mãe ficou indignada. — Eu vou chamar a polícia! — Pode chamar o papa!— ele rebateu me olhando. Eu estava de costas, segurando o riso. Estava me sentindo importante. Comecei a me justificar sem me virar. — Só vou ficar lá até ter o bebê, Matteo. Na casa da minha mã
Último capítulo