A lua alta prateava as ruas quase desertas quando Oliver e Beatrice retornaram à propriedade da tia Marigold. O silêncio da noite contrastava com o turbilhão que fervia dentro dela. Ainda trajava as roupas masculinas — a capa pesada, as botas que lhe eram um pouco grandes e o chapéu que Oliver lhe pedira que mantivesse baixo para evitar olhares curiosos.
O caminho de volta parecera mais longo do que o necessário, talvez porque cada passo ecoava não apenas nos paralelepípedos, mas dentro de seus pensamentos. Nathaniel Ashworth — tão refinado, tão cortês — revelara-se um canalha. As palavras ainda reverberavam em sua mente, mas o peso delas não a esmagava tanto quanto imaginara. Não... havia algo que aliviava o fardo: Oliver.
Ele caminhava ao seu lado, discreto, mas atento, como se cada suspiro dela fosse motivo de vigília. Quando finalmente chegaram aos portões do castelo da tia Marigold, já era quase meia-noite. A residência repousava em silêncio, apenas algumas janelas iluminadas por