Beatrice desceu da carruagem com o rosto pálido e os olhos fixos em algum ponto indefinido do horizonte. O cocheiro, acostumado à sua usual tagarelice, não disfarçou a surpresa com o silêncio. Ela apenas agradeceu com um aceno breve antes de subir as escadas da casa de Lady Marigold como se cada degrau a afastasse de um abismo que se abrira sob seus pés.
A criada que abriu a porta arregalou os olhos.
— Senhorita Fairweather! Não a esperávamos tão cedo. Está tudo bem?
Beatrice forçou um sorriso frágil.
— Apenas... uma dor de cabeça repentina. Vim me deitar.
Antes que qualquer outra pergunta fosse feita, ela atravessou o saguão e subiu diretamente para seus aposentos. Fechou a porta e apoiou a testa contra a madeira. Só então permitiu-se respirar com força.
As palavras daquela mulher — "estou esperando um filho seu" — reverberavam em sua mente como um tambor descompassado.
Por que estava tão afetada? Oliver nunca prometera nada. Não estavam noivos, tampouco em algum tipo de entendimento