O aroma do café fresco dominava o ambiente, trazendo consigo um conforto antigo, quase maternal. Isadora estava sentada à mesa, as mãos espalmadas ao redor da xícara, mas não bebia. Os olhos estavam perdidos, como se ainda procurassem por uma porta de saída que ela não sabia mais se queria encontrar.
— Dormiu bem? — a voz de Catarina soou suave, mas firme, como de quem sabe a dor e sabe que ela precisa ser enfrentada.
Isadora apenas assentiu. Os olhos inchados, a expressão cansada e o silêncio diziam mais que qualquer resposta.
— Você pensou em me esconder isso até quando, hein? — a tia brincou, tentando aliviar o peso da conversa, mas com ternura no olhar.
A sobrinha sorriu de lado, um sorriso triste, cúmplice. — Eu só… não queria parecer fraca. Só tinha você. Tinha medo de que… ao contar tudo, você desistisse também.
Catarina se aproximou, puxou uma cadeira ao lado da sobrinha e segurou suas mãos.
— Oh, minha menina. Você já enfrentou mais do que muita gente enfrenta numa