O sol da Irlanda filtrava-se pelas cortinas brancas do quarto, pintando o ambiente com tons dourados e suaves. Isadora abriu os olhos lentamente, sentindo o calor do corpo de Lorenzo ao seu lado. Dois meses. Dois meses sem aquele cheiro, sem aquele toque, sem aquele abrigo silencioso que só ele sabia oferecer.
Virou-se devagar e encontrou o rosto dele tão perto, os cílios longos descansando sobre a pele bronzeada, a respiração calma de quem, por fim, estava em paz. Isadora se permitiu um sorriso tranquilo e aconchegou-se mais, passando a perna por cima da dele, o rosto no pescoço do homem que amava.
— Achei que era um sonho — sussurrou ela, deslizando os dedos pelo peito dele.
Lorenzo abriu um dos olhos, preguiçoso e provocador.
— Se for, espero não acordar. — respondeu com a voz ainda rouca de sono, puxando-a para mais perto e beijando-lhe a testa.
Aquela manhã tinha gosto de recomeço, de alívio e de futuro. Mas Isadora logo notou algo diferente assim que desceu para a cozinha.