O céu da Irlanda amanhecia preguiçoso, tingido de cinza e dourado. Isadora observava as nuvens se moverem lentamente pela janela da cozinha, com as mãos envoltas em uma xícara de chá de camomila. Era sua terceira tentativa de se acalmar naquele dia, mas o desconforto persistia. Uma náusea leve, mas constante, que vinha lhe acompanhando havia dias.
Ela culpava o clima, o estresse, a saudade. Mas no fundo, o corpo sussurrava o que o coração já sabia.
Catarina andava agitada, e não era só por causa dos eventos beneficentes ou das visitas inesperadas. Havia uma energia diferente pairando sobre a casa — cochichos, olhares trocados com Gabriel, telefonemas encerrados às pressas.
— Tudo bem, Catarina? — perguntou Isadora, casual, ao vê-la falando ao telefone mais uma vez e desligando bruscamente ao notá-la.
— Claro que sim, querida! Era... era sobre flores. Do evento. — respondeu rápido demais, o sorriso escorregando pelos lábios antes de se fixar. — E você? Está com uma carinha... pálida.
—