As luzes da cidade pareciam zombar de Lorenzo naquela noite. Ele não dormia há dias. O celular estava em suas mãos como se fosse uma extensão do próprio desespero. Cada segundo que passava sem notícias de Isadora corroía sua sanidade. Já havia revirado os e-mails da empresa, falado com os contatos que ela tinha no setor administrativo, até vasculhado arquivos de RH tentando entender alguma pista de para onde ela poderia ter ido.
Mas nada.
O nome dela era só um silêncio doído nos registros.
Naquela manhã, sem conseguir se concentrar em mais nada, desceu os andares da empresa e foi até Sofia.
Ela estava saindo da sala, e o olhar dela foi cortante como uma lâmina.
— Não ouse dizer o nome dela — disparou antes mesmo que ele falasse. — Você foi um canalha. Um idiota arrogante. Você destruiu a Isadora.
— Sofia, por favor… — A voz de Lorenzo saiu falha. — Eu preciso saber onde ela está. Eu sei que errei, que fui cego, estúpido. Mas eu a amo. Eu preciso vê-la.
Sofia o encarou por um momento.