O escritório envidraçado no alto da Avenida Paulista exalava silêncio e encerramento. Era como se até os móveis soubessem que aquele dia marcava o fim de um ciclo.
Lorenzo Alcântara estava sozinho, olhando a cidade lá embaixo, como um rei que se despedia do seu trono sem perder a imponência. A capital fervilhava com sua pressa habitual, mas ali dentro tudo era calma, maturidade e decisão.
Sobre a mesa, a pasta com os últimos documentos assinados. O novo presidente do Grupo Alcântara estava prestes a assumir. Não era apenas um nome de confiança, era Leonardo, o amigo que o acompanhava desde o início, quando Lorenzo ainda era arrogante demais para ouvir conselhos e teimoso demais para aceitar que precisava de ajuda.
— Está tudo pronto, Leo. Agora você é o responsável pelo Grupo Alcântara. — disse Lorenzo, estendendo a mão com a mesma firmeza de quem construiu um império do zero.
Leonardo segurou a mão do amigo com respeito e orgulho.
— Não vou decepcionar. Mas saiba que, mesmo de longe,