Lorenzo desceu do jatinho em solo brasileiro sob um céu cinza e abafado. O calor úmido não o incomodava — o que queimava mesmo era a saudade. Ao pisar no asfalto, sentiu o vazio apertar o peito. Já sentia falta de Isadora e de Gabriel. Era como se tivesse deixado uma parte de si na Irlanda.
Mas não havia tempo para sentimentos. A vida o esperava com garras afiadas. Ainda na pista do aeroporto executivo, seu celular apitou inúmeras vezes. Mensagens, e-mails, reuniões emergenciais. A tranquilidade dos dias ao lado de Isadora parecia agora um sonho distante, quase irreal.
Ao entrar no carro, o motorista o atualizou sobre a agenda. A empresa havia acumulado pendências. Decisões importantes estavam paradas, clientes aguardando posicionamentos, funcionários sem liderança direta. Lorenzo Alcântara estava de volta. Mas só o corpo. A alma ainda dançava no som do riso de Gabriel e na doçura dos olhos castanhos de Isadora.
Nos dias seguintes, mergulhou no trabalho como se fosse o único j