Ponto de vista de Salvattore
A raiva latejava em minhas têmporas como um tambor de guerra. Cada passo que eu dava em direção ao porão ecoava como um presságio da morte. As paredes frias e úmidas da casa principal pareciam reverberar a tensão que me atravessava o corpo. E, ainda assim, nada disso era tão perturbador quanto o fato de Rafaella ter pedido para assistir à execução de Genaro.
Pedi que ela pensasse melhor, que não precisava ver isso. Mas ela apenas assentiu com um olhar firme — havia algo sombrio e inabalável nos olhos dela, como se o fogo da vingança que ardia em mim queimasse agora também dentro dela.
Quando abri a porta de ferro do porão, o fedor de sangue seco e urina atingiu minhas narinas como um soco. Genaro estava pendurado pelos pulsos, respirando com dificuldade, o corpo coberto de hematomas e cortes mal cicatrizados. Levantou a cabeça ao ouvir meus passos e riu, cuspindo sangue entre os dentes quebrados.
— Veio terminar o serviço, Bianchi? — gaguejou.
— Não. Vim c