Ponto de vista de Rafaella
Ainda sentia o peso das mãos de Salvattore em minha cintura, o gosto dele na minha boca, o calor do seu corpo se misturando ao frio das paredes daquele porão. Enquanto subíamos as escadas em silêncio, com os ecos da tortura e do prazer ainda vibrando no ar, meu corpo inteiro vibrava de adrenalina.
Eu devia estar assustada. Devia, talvez, sentir nojo do que vi. Mas tudo o que eu sentia era uma vontade quase insana de fazê-lo de novo. Ali, naquele mesmo chão manchado de sangue, com o som de ossos se partindo como trilha de fundo. Era absurdo. Era errado. Mas era verdade.
Ver Salvattore naquele estado bruto, cruel, impiedoso — era como ver a essência dele em sua forma mais primitiva. E, de alguma forma, eu queria cada centímetro daquela escuridão. Cada gota do homem que ele era quando tirava uma vida para proteger a minha.
No momento em que entrei naquele porão e vi Genaro pendurado como um animal, senti uma onda quente me invadir. E quando ouvi os primeiros es