A luz do fim da tarde atravessava os vitrais do antigo salão principal, tingindo as paredes em tons de âmbar e rubi. Máximo Bianchi, agora com dezoito anos, estava sentado à cabeceira da longa mesa de carvalho, com as mãos cruzadas diante de si e o olhar fixo nos dois homens que moldaram sua vida.
Matteo Bianchi — Don da família, seu padrinho e líder incontestável — permanecia de pé ao lado de Salvattore, o subchefe e pai de Máximo. O silêncio entre eles era espesso, pesado, como se antecipasse algo que ninguém queria dizer em voz alta.
Máximo conhecia aquele tipo de silêncio. Era o mesmo que precedia ordens de execução, declarações de guerra... ou decisões irrevogáveis.
— Decidimos mudar a ordem hierárquica da família — disse Matteo, direto, sem rodeios. — Você é o primogênito. Sempre te criamos para liderar. Desde sempre.
Máximo arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
— Achei que seu filho assumiria — disse ele, em tom neutro, mas com a tensão subindo por sua espinha. — Alessandra já