Capítulo 41

A floresta estava silenciosa demais.

O tipo de silêncio que antecede o sangue.

O vento soprava entre as árvores, frio, carregado do cheiro metálico que só o perigo possui. Eu caminhava devagar, os passos leves, a espada presa nas costas, o corpo ainda dolorido da última batalha. A febre tinha cedido, mas a fraqueza permanecia como um lembrete cruel de tudo o que perdi.

Rafael queria que eu ficasse. Disse que a matilha precisava ver seu alfa se recuperar, não se lançar em caçadas solitárias. Mas ele não entendia. Ficar parado era morrer. E eu já estava cansado de morrer aos poucos.

As patrulhas noturnas haviam relatado movimentações estranhas nas fronteiras — sombras humanas rondando as trilhas, cheiro de pólvora e prata. Caçadores. E onde há caçadores, há rastros de lobos.

E onde há rastros de lobos… talvez haja um deles que eu ainda preciso encontrar.

Não falava o nome dela em voz alta. Era como um pacto silencioso comigo mesmo. Se dissesse, o mundo inteiro ruiria. Mas o vínculo ain
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