Não me lembrava da última vez que havia dormido uma noite inteira. As horas se arrastavam, e quando finalmente fechava os olhos, a imagem dela voltava como uma lâmina contra meu peito, torturando-me. Rebecca. Minha Luna. Seu rosto, sua dor, seus olhos marejados quando a rejeitei diante de todos. Eu tentava me convencer de que havia feito o certo, mas cada batida irregular do meu coração era uma acusação.
A comida já não tinha gosto. Sentava-me diante da mesa grande da casa principal, onde os guerreiros e os anciãos esperavam pelo meu exemplo, e mal conseguia engolir algumas colheradas. O cheiro da carne assada, do pão recém-feito, da sopa quente… tudo me enjoava. A cada vez que alguém me olhava, fingia mastigar, mas deixava o prato cheio.
E a mão.
Sempre a mão. A minha mão direita não parava de tremer. Às vezes tão forte que eu precisava escondê-la sob a mesa ou apertar o punho até sentir dor. A espada, que sempre pareceu uma extensão do meu corpo, agora pesava demais.
Naquela manhã,