A Lua Sangrenta dormia em silêncio.
Lá fora, o vento passava entre as copas das árvores, trazendo o cheiro da chuva distante e do metal fresco das armas recém-afiadas. A maioria dos lobos já havia se recolhido, preparando-se para a vigília da madrugada e para a guerra que viria, mas Petra ainda estava acordada.
Caminhava rápido pelos corredores de pedra, o rádio preso ao cinto, o casaco jogado sobre os ombros. O som dos próprios passos era a única coisa que quebrava o silêncio do abrigo. Quando passou pela porta da enfermaria, olhou de relance: River dormia, exausto, e dois curandeiros vigiavam o quarto em silêncio.
Ela desviou o olhar e continuou até a saída lateral, onde Renee já a esperava, o capuz cobrindo metade do rosto, o manto preso por uma faixa de couro escuro.
— Por aqui — Petra disse, sem parar de andar.
As duas atravessaram o pátio vazio e seguiram até uma pequena casa um pouco mais distante da mansão, um chalé de madeira cercado por pinheiros, com um jardim bem cuidado,