Os dias seguintes ao resgate de Tiza não trouxeram descanso.
Luxor não rugiu. Não partiu corpos ao meio. Não chamou a matilha para a guerra com sangue nos olhos.
Mas o mundo de Kael começou a ruir.
Sem alarde.
Sem nome.
Sem trilha.
O primeiro a cair foi Darrin — o lobo contador, responsável por manter as finanças de Kael limpas, conectadas e em expansão. Ninguém soube dizer por que desapareceu. Seu carro foi encontrado abandonado próximo ao rio, com marcas de frenagem e garras na lataria.
Sem sangue.
Sem corpo.
Só ausência.
Na semana seguinte, o empresário de fachada que lavava recursos para os clubes de Kael foi denunciado anonimamente à Receita. Toda a papelada chegou às autoridades como se tivesse sido preparada por mãos fantasmas.
As contas congelaram.
Os fluxos cessaram.
Investidores sumiram.
Kael percebeu, com a frieza de quem já enfrentou a morte, que algo se mexia sob seus pés. Algo planejado. Paciente. Eterno como o silêncio que antecede o uivo.
Mandou reforçar sua segurança.