O relógio da mansão marcava duas da manhã. O silêncio parecia sufocar os corredores, e só o bater acelerado do coração de Narelle a lembrava de que estava viva. Ela se levantou da cama devagar, tomando cuidado para não despertar Rhaek, que dormia pesado ao seu lado.
A cada passo até o escritório, a mente dela se enchia de imagens: o beijo, o toque, o jeito inconfundível de fazê-la perder o controle. Aquilo não poderia ser coincidência. Não podia ser apenas um sonho.
Sentou-se diante da mesa, o celular em mãos. O número de Kalil ainda estava gravado, fruto dos contatos recentes de negócios. Os dedos tremiam quando discou.
A ligação demorou a ser atendida, e por um instante ela pensou em desligar. Mas então, a voz dele atravessou a linha — grave, calma, com uma tonalidade que fez seu estômago revirar.
— “Narelle?”
Ela engoliu seco, a respiração curta.
— “Sim. Sou eu.”
Um silêncio carregado se estendeu, como se do outro lado houvesse mais do que apenas hesitação.
— “Não esperava sua liga