Paz Estilhaçada

A mansão estava em silêncio. Narelle havia dispensado os omegas e ordenado que ninguém a incomodasse naquela noite. Ela mesma cuidara da mesa na suíte principal: velas baixas, vinho encorpado, um prato simples mas preparado com zelo. Não queria luxo, queria intimidade. Queria, acima de tudo, apagar a sensação de vazio que lhe queimava o peito desde o retorno de Dubai.

Vestiu a camisa de seda que escolhera de propósito. Os botões frouxos revelavam mais do que escondiam, os mamilos eriçados denunciavam sua agitação. Rhaek entrou no quarto com olhar atento; ela o recebeu com um sorriso suave, mas por dentro tremia.

— Um jantar a sós? — ele arqueou a sobrancelha, sentando-se à mesa.

— Preciso de você para mim, apenas isso — respondeu, servindo-lhe vinho.

Falaram sobre negócios, sobre os avanços na negociação em Dubai, sobre contatos estratégicos. Rhaek, sempre meticuloso, quis saber o que ela fizera além das reuniões. Narelle sustentou o olhar, mentindo com uma calma que a surpreendeu.

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