O frio havia se tornado parte de Kael. Não aquele que vinha das paredes de metal ou do vento que se infiltrava por frestas invisíveis, mas o frio que se instala por dentro quando se sabe que o predador já farejou a presa.
Luxor estava perto.
Kael podia sentir.
Os jovens lobos que o cercavam no bunker não eram escudos, eram adereços — úteis apenas para manter a ilusão de que ele ainda comandava algo. No íntimo, sabia que, se Luxor batesse às portas de ferro, eles seriam os primeiros a desaparecer.
Era hora de buscar reforços.
Não nos Vorns.
Nunca mais.
O nome que pronunciou no comunicador soou como um eco distante de outro tempo.
— Chamem o Conselho Nórdico. Quero falar com o Alfa Sköll.
O silêncio do outro lado durou longos segundos, até que uma voz grave respondeu:
— Não esperávamos ouvir de ti, Kael.
O diálogo foi frio, carregado de passado. Os clãs nórdicos lembravam-se muito bem de quando Kael fora um filho dos Vorns, e também se lembravam de como ele havia cuspido no próprio sang