Elena passou a vida sem respostas sobre sua origem. Criada em um orfanato e sem memórias de sua infância, ela sempre acreditou ser apenas uma jovem comum lutando para sobreviver ao lado de sua melhor amiga, Verônica. Mas tudo muda na noite de sua formatura, quando um encontro inesperado com um homem misterioso a coloca no caminho de uma verdade que sempre esteve oculta. Atacada por um lobo feroz durante seu trajeto para casa, Elena é salva por outro lobo—que, para sua surpresa, se transforma no homem com quem havia esbarrado horas antes. Nicolas não é apenas um estranho, mas o alfa da mais poderosa alcateia da região. Intrigado pelo fato de Elena não ter cheiro algum, ele a leva para seu território, onde uma revelação pode mudar tudo: Elena não é humana… e sua verdadeira identidade foi roubada dela. Uma história de amor, traição e descobertas, onde o destino pode ser tão selvagem quanto o próprio instinto.
Ler maisPov ElenaCorri pela estrada, os pés batendo no asfalto frio e áspero. A cada passo, o som dos latidos me perseguia, como se o próprio lobo estivesse em uma caçada. Atrás de mim, eu podia ouvir o som ritmado de suas patas e os latidos que pareciam gritar: "Venha, venha, não fuja!" “Maldito, por que ele não me deixa em paz?!”, gritei, enquanto os pulmões ardiam e as pernas lutavam contra o cansaço. Cada passo parecia uma eternidade, e o som do lobo se tornava cada vez mais alto, ecoando na minha mente como um lembrete constante de que eu estava sendo caçada. Resolvi entrar na floresta. O caminho que antes era familiar agora se transformava em um labirinto sombrio. As árvores se estreitavam, formando um corredor natural e sinistro, e as sombras dançavam de forma inquietante à medida que eu corria. Por um instante, tropecei em uma raiz exposta e caí, raspando o joelho. A dor foi intensa, mas o susto era maior. Levantei-me rapidamente, arrastando o joelho machucado, e continuei corrend
A festa já tinha acabado há horas. Enquanto a maioria dos convidados já havia ido embora, eu ainda estava lá, com o corpo e a mente pesados de tanto trabalhar. Era quase 3 da manhã, e eu mal conseguia manter os olhos abertos. Desde as 17h, quando a festa começou, eu estava naquele mesmo ritmo, servindo, limpando e tentando não pensar demais nas minhas frustrações. As luzes do salão já estavam fracas e o barulho da multidão tinha se transformado em murmúrios e passos apressados dos poucos que ainda permaneciam. Eu, exausta, recolhia os últimos copos e guardava os cacos de vidro com cuidado, como se cada pedaço quebrado representasse um sonho que eu lutava para manter.Quando, por fim, a sala ficou quase vazia, respirei fundo e decidi que era hora de ir para casa. Com as mãos tremendo de cansaço, fui até o camarim, troquei meu uniforme por algo mais confortável, peguei minha calça jeans, meus tênis brancos, que, apesar de um pouco sujos, sempre me acompanhavam em minhas caminhadas solit
Pov Nicolas“Nicolas, cadê você? Já são quase 22h!”A voz dela soou pelo alto-falante do meu celular, urgente e carregada de preocupação. Minha namorada, sempre atenta aos detalhes, não perdoava meus atrasos.“Amor, estou saindo agora. Tive um imprevisto com alguns assuntos da W.Corporation”, respondi, tentando manter a calma enquanto a ansiedade pulsava em minhas veias.“Poxa, de novo? Venha logo antes que a festa acabe.”, reclamou, num tom que misturava irritação e tristeza.Ainda com o coração acelerado pelo início tumultuado da noite, desliguei rapidamente, sentindo o peso das responsabilidades que repousavam sobre mim. Mal pude ouvir o segundo toque do meu celular, mas já vi o nome “Rafael” piscando na tela.“Nicolas, estou na porta esperando”, a voz do meu motorista, firme e tranquila, trouxe um breve alívio à minha mente agitada.“Certo. Estou chegando”, respondi, guardando o celular no bolso enquanto saía da mansão com passos apressados.Enquanto corria pelos corredores frios
Pov ElenaEu nunca imaginei que minha própria formatura pudesse ser palco de tantos sentimentos mistos e encontros inesperados. Naquela noite, enquanto servia água com minha bandeja trêmula, sentia que a vida estava cheia de nuances que eu mal conseguia compreender. Eu tinha 20 anos, faltando exatos três meses para completar 21, e, mesmo com toda a minha luta para chegar ali, a sensação era de que a vida não tinha grandes promessas reservadas para mim.Tudo começou quando, com a elegância contida de quem tenta manter as aparências, ofereci um copo de água para uma pessoa que passava. Era um gesto simples, mas naquele instante, enquanto minhas mãos seguravam a bandeja, senti o peso de cada escolha e a frustração de ter batalhado tanto para estar presente naquele evento. Eu havia sido a aluna mais jovem da turma de administração, juntei cada centavo trabalhando como garçonete para poder pagar a minha formatura, mas mesmo assim, o dinheiro sempre escorria pelos dedos antes do fim do mês.