Estremeci por inteiro, contive imediatamente o riso e me endireitei na cama.
— Alô? Valentina,o que aconteceu? Por que ficou em silêncio de repente?
— Maninho, tenho que resolver uma coisa aqui, vamos conversar depois, pode ser? — Assim que terminei de falar, desliguei o telefone às pressas.
George fechou a porta rapidamente e entrou, com uma das mãos no bolso, perguntando, com um sorriso frio:
— Estava falando com quem agora há pouco? Estava rindo com tanta alegria...
Queria muito responder "isso não te diz respeito", mas não tive coragem. Apesar de ele ter me deixado no aeroporto pela manhã e de eu guardar várias mágoas dele, não consegui.
Depois de tirar um cochilo e esfriar a cabeça, percebi o quão ridícula era toda aquela raiva. Naquele momento, havia um abismo entre nós dois. Eu não passava de um brinquedo em suas mãos, e brinquedos não têm direito de demonstrar temperamento diante do dono.
Com um mero estalar de dedos, ele podia me aniquilar. O fato de eu ainda estar viva e inte