Pensei comigo mesma: "Quando foi que virei uma pessoa tão cautelosa e insegura perto dele?"
Era assim mesmo. Quando a gente estava por baixo, tudo mudava.
Quando a ligação foi atendida, a risada de George veio logo em seguida. Aquela risada era tão sombria que me dava calafrios.
— Desculpa, eu acabei de pegar no sono e estava me preparando para atender quando você desligou. — Falei, tentando soar natural.
— Ah, é? — Ele continuou rindo devagar, como se saboreasse algo. — E o que você está fazendo agora?
Eu dei uma pausa, um pouco surpresa com a pergunta, mas logo disparei:
— Dormindo, claro. Você me acordou com a ligação. Estou na cama, falando com você.
Olhei para o espelho e encarei meu próprio reflexo. Meu rosto estava calmo, mas, por dentro, eu me admirava pela capacidade de mentir sem tremer a voz.
A risada de George ficou ainda mais evidente, mas aquela risada tinha algo que gelava a espinha.
Pelo amor de Deus, ele definitivamente não nasceu para rir. Era assustador demais!
— Ent