Última ceia

Meus dedos estavam entre as minhas pernas. Demorou um segundo para eu perceber — ou aceitar. Mas estavam lá. No centro de mim. Tocando minha boceta úmida, pulsante, viva. Meus quadris ainda estavam um pouco arqueados, como se meu corpo resistisse a sair de um lugar onde tudo foi prazer, pecado e fogo. Meus mamilos estavam duros. Enrijecidos sob o tecido fino da camisola, sensível ao ponto de doer. A brisa noturna que entrava pela janela mal entreaberta parecia zombar de mim, acariciando a pele suada, relembrando o que meus sonhos fizeram com meu corpo adormecido.

Meu rosto esquentou. Um rubor de vergonha subiu pelas minhas bochechas, até as orelhas. Tirei rapidamente a mão de entre as pernas como se estivesse suja, contaminada. Como se fosse possível apagar o que já tinha sido sentido. Me encolhi sob o lençol, como uma criança pega em pecado. Mas eu não era mais criança. E aquilo…

Aquilo não foi só um sonho. Foi um grito. De desejo. De loucura.

De algo que vinha se formando em mim
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