O final / Epílogo/ próximo livro.
A caminhada pela propriedade foi longa, silenciosa. A floresta parecia prender o fôlego, como se soubesse o que estava escondido sob suas raízes. Quando cheguei à entrada do bunker, o som dos meus passos sobre a terra congelada foi engolido pelo concreto.
Desci. Cada degrau afundava mais meu peito no inferno que eu mesmo criei. A porta de aço gemeu ao abrir.
A luz fraca do teto tremulava, lançando sombras pelas paredes úmidas. E no centro… ali estava ele.
Luiz Antônio Barreto de Mendonça
Acorrentado pelo pescoço, como um cão. O rosto mal cicatrizado mostrava muitas cicatrizes, ele era quase irreconhecível.Sentado no chão de pedra, o rosto coberto de hematomas, os olhos fundos. Magro. Roupas rasgadas. Fedia a urina, fezes e suor seco. A pele marcada por cordas, sangue seco nas bordas da corrente. A barba desgrenhada. Mas mesmo ali, mesmo naquela condição deplorável, ele me olhou com uma mistura de desprezo e fanatismo que me deu nojo.
— Demônio… — ele sussurrou, cuspindo no chão