Não sei se foi a vontade de esticar um pouco o caminho, ou simplesmente o receio de encarar o novamente o meu quarto, após aquele sonho.
Talvez eu quisesse me punir.
Então, virei à esquerda e segui por um corredor lateral. Ele dava a volta pelo jardim interno da abadia antes de se conectar às alas dos dormitórios. Era um caminho mais longo, mais silencioso… e, por algum motivo, me pareceu mais certo naquele instante.
Mas, quando estava quase no fim do corredor, ouvi. Um som seco.
Parei imediatamente. Meu corpo enrijeceu, o coração disparou. Era como um baque abafado. Madeira contra madeira. Ou algo sendo empurrado.
Olhei em volta.
Tudo estava quieto, e escuro como deveria estar. Àquela hora, ninguém andava por ali. As freiras estavam dormindo. Os corredores deveriam estar desérticos. Mas ali, no meio do silêncio da madrugada, algo estava errado.
Outro som. Mais baixo agora. Como se alguém tivesse tentado disfarçar um movimento brusco.
Engoli em seco.
Meu instinto foi retro