Eu não sabia se queria saber, mas a dúvida me consumia. Ele fechou os olhos, como se estivesse afastando o peso da minha pergunta.
— Sfântă mea, as coisas que eu faço… não são boas. — A voz dele se arrastou, carregada de culpa. — Eu tive que fazer um trabalho para o Luka. Foi necessário.
Meus dedos estavam entrelaçados nos lençóis. Ainda sentia o calor do corpo dele na minha pele, os ecos da madrugada ainda respirando entre nós. Mas agora o ar estava pesado. Meu peito, apertado.
— Um trabalho… — repeti em voz baixa, o coração já batendo no ritmo do medo. — Isso quer dizer… você matou alguém?
Ele não respondeu. Não precisava. Eu já sabia. E o silêncio dele gritou mais alto do que qualquer confirmação.
— Não importa o que você fez — continuei, mesmo com a voz embargada. — Todos nós merecemos perdão. Deus nos ama. Ele não nos julga se houver arrependimento.
Ele virou o rosto lentamente, o olhar cinzento emoldurado pela luz fraca que entrava pela janela. Estava bonito, mesmo com a