A pressão dos jornalistas.
A desconfiança velada do meu pai.
A bondade insistente da minha mãe.
E, acima de tudo, o peso de tudo o que eu não podia contar.
Era como se cada canto daquela casa gritasse mentiras que eu estava tentando sustentar. E eu… eu não aguentava mais escutar.
Era a manhã do final do primeiro mês, que eu havia voltado, minha mãe entrou no quarto com uma bandeja. Havia, Pão, chá, mel. Ela me olhou como se eu fosse de vidro.
— Laura… você quer…
— Mãe — eu a interrompi, com calma —, eu vou voltar pra abadia. Ela parou. O sorriso dela se desfez só por um segundo, mas voltou logo em seguida, pequeno, forçado.
— Tem certeza, filha? Ainda é cedo.
— Eu preciso de silêncio. De oração. — De mentira, pensei. Do perdão de Deus. De espaço para manter essa versão viva.
Minha mãe assentiu com a cabeça, mas os olhos dela brilharam. Ela queria me segurar ali, mas não podia.
Fui até o armário. Peguei uma mochila pequena. Poucas roupas. Uma escova de dentes. Um caderno vel