Quando o coração se mistura com o poder, não há regras que possam impedir o que é destinado a acontecer. Amália, uma jovem criada em um orfanato de Londres, carrega consigo um mistério: um medalhão com seu nome e um passado desconhecido. Uma oportunidade no exclusivo clube Velvet Den a coloca sob a proteção de Elion Halloway, o poderoso Don de Londres. Mas o que parecia ser apenas um escape da pobreza se transforma em um turbilhão de segredos e perigos. Elion descobre que Amália é a última descendente da família Blackwood, vítimas de uma tragédia que assombra o submundo do crime. Para protegê-la, Elion a leva para sua mansão, mas Amália está dividida entre a necessidade de desvendar seu passado e a desconfiança em relação ao homem que a protege. Em meio a conspirações e alianças perigosas, a verdade sobre os Blackwood ameaça destruir tudo o que eles construíram. Amália precisa se confrontar com a possibilidade de que a maior ameaça à sua vida seja o próprio Elion, o homem em quem ela começou a confiar.
Ler maisNarrado por Amália
Minha vida parece uma piada de mau gosto. Às vezes, penso que nasci com a má sorte que todos dizem que me persegue, como se o azar estivesse presente desde o primeiro suspiro. Eu não sei quem são meus pais, nunca os conheci. Fui deixada, ainda bebê, em frente a um orfanato em Londres, no meio de um inverno impiedoso. Meu nome, Amália, foi escolhido por causa de um medalhão que pendia no meu pescoço quando me encontraram, como se esse pequeno objeto fosse a única pista do que eu poderia ter sido. Cresci naquele orfanato, cercada sempre pelas mesmas pessoas. Elas são as únicas que conheço, a única “família” que já tive. Mas, como eu disse, minha vida sempre foi marcada pelo o azar. Eu não sei o que o destino planeja para mim, mas até agora ele parece não saber equilibrar as coisas. Toda vez que algo parecia caminhar bem, alguma tragédia ou decepção estava logo ali, à espreita, como uma sombra que nunca me abandona. Não estou sendo dramática; é a verdade nua e crua. A vida no orfanato sempre foi uma merda, para falar a verdade. O governo colocava muitas crianças aqui, mas o dinheiro? Pouco, muito pouco. A consequência disso? Passávamos mais necessidades do que qualquer outra coisa. Usávamos roupas remendadas para que durassem mais e comíamos tão pouco que as madrugadas eram dolorosas, o estômago roncando de fome. Ainda assim, mesmo com tão pouco, éramos obrigados a ir à escola. Obrigada pelo governo de Londres. Só que isso trouxe mais uma coisa para a lista: anos de bullying. Cheguei aqui como um bebê, completamente indefesa, mas parecia que o azar já estava ao meu lado. Nunca uma família sequer se interessou por mim. Nenhuma visita, nenhum olhar que durasse mais do que alguns segundos. Como se o destino tivesse me marcado para viver sozinha e solitária pelo resto da vida. E como eu sei disso? Hoje faço 18 anos. E, em vez de parabéns e bolo, estou sendo mandada embora do orfanato com uma mão na frente e outra atrás. Nem roupas eu tenho para colocar numa mala. Tudo que levo comigo é a decepção e o azar que, como sempre, caminham ao meu lado. Eu deveria estar feliz, certo? Afinal, não é todo mundo que ganha a tão sonhada liberdade aos 18 anos. Mas que liberdade é essa, sem direção, sem apoio, sem um lugar para ir? Não há nada para comemorar quando se é empurrada para o mundo sem nenhuma rede de segurança. O orfanato, por mais miserável que fosse, ainda era um teto. Uma cama dura, mas pelo menos um lugar para deitar. Agora, sou só eu e as ruas de Londres, essas mesmas ruas que sempre observei pela janela, mas nunca me atrevi a explorar. Parece que o mundo está ali fora, pronto para me engolir, e eu não tenho outra escolha a não ser mergulhar nele de cabeça. As pessoas dizem que quando uma porta se fecha, outra se abre. Mas, para mim, parece que todas as portas se trancaram e jogaram fora a chave. O medalhão que eu carrego no pescoço é a única coisa que me conecta a algo maior, algo que poderia ter sido minha vida, se o destino não tivesse decidido de outra forma. Mas o que esse pedaço de metal significa de verdade? Quem me deixou lá? E por quê? Essas perguntas ecoam na minha mente, mas acho que nunca terei respostas. Eu olho ao redor do orfanato pela última vez. Tudo aqui me parece estranho agora, vazio. Os corredores frios, as paredes cinzentas, os rostos das outras crianças que ficam para trás. Eu sempre soube que este dia chegaria, mas não imaginei que seria assim… tão solitário. Enquanto caminho pela rua com o vento cortante me lembrando da realidade, percebo que não é o fim da minha história. Se eu tiver que lutar para sobreviver, que seja. Eu não vou mais ser a menina azarada, a menina esquecida. O mundo pode ter me jogado ao leão, mas talvez… talvez eu consiga domá-lo. Agora, tudo que resta é descobrir como. Como posso querer ser otimista em uma hora dessas? Talvez seja só um pensamento tolo, uma tentativa desesperada de não me afundar ainda mais no meu próprio azar. Porque, na verdade, eu não sei de nada. Nunca soube. E agora tenho um mundo inteiro diante de mim, um mundo que eu não faço ideia de como encarar. Não sei nem qual passo dar primeiro. Talvez eu devesse procurar um lugar para morar. Mas com que dinheiro? Ou, quem sabe, tentar arranjar um emprego. Só que que adianta um emprego se ninguém vai me pagar adiantado? Isso se eu conseguir convencer alguém a me contratar sem experiência, sem referências, sem nada. Enquanto esses pensamentos rodopiam na minha cabeça, vejo um ponto de ônibus mais à frente e me sento no banco. Não é como se eu tivesse para onde ir, mas já estou cansada de andar, como se o peso de tudo o que estou carregando fosse me esmagar a qualquer momento. Pequenas lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, silenciosas, discretas, mas carregadas de desespero. Eu queria acreditar que algo vai melhorar, que, de alguma forma, eu vou encontrar uma saída. Mas a verdade é que o desespero está começando a bater na minha porta, uma porta que parece feita de papel, pronta para desmoronar com o mínimo sopro do vento. Eu olho para o horizonte, para os carros que passam e as pessoas que seguem suas vidas como se tudo estivesse no lugar. Mas, para mim, tudo está fora de controle.Narrado por Alora Hoje, enquanto observava a casa tranquila, uma onda de gratidão me invadiu. O sol se punha lentamente, tingindo as paredes de um dourado suave, e eu estava ali, sentada no sofá com meu avô George. Ele parecia tão calmo, seu olhar cheio de sabedoria e uma leveza que só os anos poderiam oferecer.Havenna estava no jardim com Elion e Asael conversando com eles de maneira descontraída. Eu os via de longe, e algo em meu coração se aquecia sempre que olhava para eles. O amor de Havenna e Asael era tão visível, tão verdadeiro, que eu sentia como se minha alma também se aquecesse só de estar perto dessa conexão. Elion, meu marido, sempre tão sério, tão focado, agora estava mais aberto, mais leve, ao lado de Havenna e Asael. Era como se ela tivesse sido a chave que faltava para ele encontrar a paz que nem sempre demonstrava externamente.Olhei para meu avô, que parecia perceber todos os meus pensamentos, como sempre fazia.— Você está pensando em Havenna, não está? — Ele per
Narrado por George A mansão estava impecavelmente decorada para a ocasião. Lustres imponentes iluminavam o salão principal, e o aroma suave de flores frescas misturava-se ao perfume das bebidas caras sendo servidas. A música ao fundo era discreta, permitindo que as vozes dos convidados ecoassem. A festa era mais do que um simples evento; era uma declaração. Hoje, Havenna se apresentaria ao mundo como uma Blackwood.Eu estava ao lado de Alora e Elion, observando enquanto os convidados chegavam, suas expressões curiosas ao tentarem adivinhar o motivo da celebração repentina. Muitos deles eram aliados da máfia, outros, nomes influentes que mantinham nossa fachada limpa. Mas, sem exceção, todos estavam aqui para testemunhar um momento histórico.— Vovô, ela vai ficar bem? — Alora perguntou, sua voz baixa, mas cheia de preocupação genuína.Sorri para minha neta, colocando uma mão em seu ombro.— Havenna é mais forte do que aparenta. Esta noite é apenas o começo de um novo capítulo para el
Narrado por Havenna Eu nunca imaginei que um dia minha vida tomaria os rumos que tomou. Cresci acreditando que estava destinada a sobreviver, não a viver. A vida me ensinou a ser forte, independente e a não esperar nada de ninguém. Então, quando Asael entrou na minha vida, eu não sabia o que fazer com ele ou com o que eu sentia por ele.Agora, aqui estava eu, sentada em um dos sofás luxuosos da casa dos Blackwood, segurando uma xícara de chá que mal consegui tocar. Eu era a mulher que sabia lidar com os olhares de julgamento e as palavras sussurradas nas sombras, mas estar ali, sendo recebida por George Blackwood, era algo que me fazia sentir fora do meu elemento.George estava sentado em uma poltrona à minha frente, sua expressão calma e observadora. Ele parecia ver algo em mim que nem eu mesma conseguia enxergar.— Havenna, você sabe por que está aqui? — Ele perguntou, sua voz firme, mas sem traço de hostilidade.— Imagino que tenha algo a ver com Asael. — Respondi, tentando soar c
Narrado por Asael Depois de testemunhar o amor inabalável entre Elion e Alora, algo mudou em mim. Era como se uma luz tivesse sido acesa, iluminando sentimentos que eu evitava reconhecer. Eu amava Havenna. Era uma verdade simples e crua, mas carregada de complicações. O maior obstáculo, no entanto, não era o que eu sentia, mas como minha família reagiria. Para eles, ela era “uma mulher da noite”, e esse estigma pesava como uma sombra sobre qualquer possibilidade de futuro para nós dois.Decidido a encontrar uma solução, fui até a casa de George. Se havia alguém capaz de entender a complexidade da situação e me ajudar a criar uma estratégia, era ele.Bati à porta e, poucos segundos depois, George apareceu. Seu olhar surpreso rapidamente se suavizou, indicando que estava curioso sobre minha visita inesperada.— Asael, que surpresa. — Ele sorriu levemente, cruzando os braços. — É raro vê-lo sem Alora por perto. Deve ser algo importante, não?Respirei fundo antes de responder.— Sim, é i
Narrado por Elion Eu a deitei na cama com todo o cuidado, observando o brilho de desejo que dançava em seus olhos. Afastei uma mecha de cabelo que caíra sobre seu rosto, deixando-a ainda mais perfeita, e beijei seus lábios com suavidade, como se saboreasse o momento.O beijo começou a ganhar intensidade, um jogo que Alora acompanhava com entrega. Minhas mãos exploraram seu corpo, deslizando por suas curvas com um toque firme e ao mesmo tempo gentil. Minha boca seguiu o caminho de seu pescoço até seu colo, onde pausei por um momento para sentir o pulsar de sua respiração acelerada.Cheguei aos seus seios, onde intercalei beijos e mordidas leves, explorando cada reação sua. Os gemidos escapavam de seus lábios, enchendo o quarto com um som que me deixava ainda mais faminto por ela.Descendo ainda mais, meu foco se voltou para sua parte mais sensível. Meus lábios tocaram-na com reverência, seguidos por mordidas suaves e provocantes. Alora arqueou o corpo contra mim quando introduzi um de
Narrado por Alora Eu estava casada. Finalmente casada com o homem que eu amo. Finalmente havia me tornado a senhora Halloway. O caminho até aqui foi difícil, marcado por desafios e dores que, por vezes, pareceram insuperáveis. Mas agora, olhando nos olhos de Elion, a certeza de que tudo valeu a pena inundava o meu coração.As últimas pessoas haviam partido, e a casa, que antes ecoava os risos e conversas da celebração, agora estava silenciosa. Estávamos apenas nós dois, no quarto, envoltos em uma atmosfera de intimidade e expectativa.Meu coração batia acelerado conforme a realidade do momento me atingia: eu estava ali com meu marido, e o olhar de Elion não deixava dúvidas sobre o que viria a seguir. Havia uma intensidade predatória, quase animalesca, em seus olhos — como um leão pronto para devorar sua presa. E a maneira como ele me olhava me deixava completamente excitada, vulnerável e entregue a ele.Elion caminhou até mim lentamente, como se saboreasse o momento, cada passo aumen
Último capítulo