Paulah, uma talentosa fotógrafa, viaja à Itália para registrar a posse de um político renomado. No caminho, um acidente a deixa ferida e perdida em uma floresta densa. Ao despertar, ela encontra-se em Culla del Crimine, uma cidade misteriosa e isolada, que não consta em nenhum mapa. Governada pelo enigmático Benício Mendelerr, um mafioso tão perigoso quanto fascinante, a cidade guarda segredos sombrios. Agora, Paulah precisa descobrir como escapar, enquanto é atraída por um mundo de poder, intrigas e sedução.
Ler maisPaulah Dias depois... A morte de Aurora me deixou muito mais atenta a tudo o que acontecia ao nosso redor. Benício não queria enxergar isso. Entendo que Lui como seu irmão, seja alguém em quem ele confie cegamente, mas Benício não conhece ele como eu! Voltamos ao trabalho, tudo estava tão chato sem a presença de Clara. Ela realmente não quis retornar à sede. Passo pela sala de informática, pego alguns documentos e aproveito que estou seguindo até a sala de Benício e os levo para assinar... — Amor, está ocupado? — A porta está trancada, estranho demais e insisto. — Benício, abra a porta! Bato duas vezes, ameaço chamar os seguranças para arrombar e a porta é aberta. Lui está pálido, há cartas sobre a mesa, uma garrafa de Whisky pela metade e copos vazios... Mas ele não está em sua cadeira. — O que fez com ele, maldito! — gritei com Lui, ele limpa o suor da testa e vejo Benício caído atrás da mesa. Grito desesperada por ajuda, os seguranças da empresa chegam e carregam Benício para
PaulahDespertamos bem cedo, Guilherme já estava despertando também e abri as persianas de seu quarto. Ele me olhou e sorriu, fiz cócegas nele e alisei minha barriga... Percebo que parece maior a cada dia, sinto que a hora de contar para ele e fazer o exame está mais perto!— Mamãe!A fala dele me fez olhar de volta em seus olhos, ele já chamava Benício de pai e acho que me fazia muita falta ouvir isso. Não quero que ele cresça achando que não tem uma história antes de nós, Guilherme saberá que sou sua tia... Mas isso no momento certo.— Vou te arrumar, hoje não poderei ficar em casa com você. Mas amanhã prometo tirar o dia de folga e convidar Sara para vir brincar... Certo!— Sim! — Ele respondeu empolgado.Eu queria me afastar uns dias da empresa, com os cursos de Paco a produção de joias está alimentando a cada dia... Mas eu poderia esperar mais para começar a registrar as fotos e começar as vendas on-line e exportação. Guilherme precisa de mim, mas os negócios também, após saber o
Benício MendelerrPoucos dias depois...Finalmente, o Paco Gomez havia partido e levado seus galanteios desnecessários, após ministrar os cursos de joias, e a produção já estava começando. O dia estava mais do que perfeito, como eu imaginava que seria, após ótimas notícias...Guilherme e Sara estavam tão animados, correndo pelo jardim, rindo como duas crianças livres de qualquer preocupação e Paulah ficou ainda mais pensativa sobre gravidez e sei que se cobra por isso! Eu os observava ao lado de Paulah e sorríamos. Ela parecia mais feliz a cada dia que passava com ele ao nosso lado e via semelhanças sobre a sua personalidade e da irmã. — Ele te vê e te chama de pai... Uma criança nunca espera por nada para entregar seu coração, eles são puros! — Paulah me disse, com um olhar de ternura, enquanto observava os dois correndo. Eu sorri para ela, encostando meu ombro no dela.— Ele é só uma criança, querida. Quero que me veja assim!Aquele sorriso, aquele olhar... Era tudo o que eu precis
PaulahO primeiro dia após nossa chegada à Culla del Crimine... O primeiro dia que escolhi viver aqui, senti o calor maravilhoso do corpo de Benício ao meu lado. Ele respirava tão tranquilo que eu sabia o quanto estava agradecido por conseguirmos nossa vida juntos de volta. Penso em Guilherme e acho que ele teve uma boa noite de sono no quarto ao lado.Ele não me chamou, sei que o cansaço da viagem deve tê-lo feito dormir tão rápido quanto nós. Sei que precisamos nos acostumar com a nova rotina, com Guilherme morando conosco e todas as responsabilidades que isso trazia. Ainda havia muito o que aprender, principalmente sobre o que significava ser uma família para ele, um menino que passara por tantas dificuldades e agora estava tentando entender seu novo lugar no mundo.Virei-me lentamente, observando a respiração tranquila de Benício e aliso seu peito de leve. Ele parecia tão calmo, tão confortável, como se o mundo lá fora fosse apenas uma parte distante da nossa realidade. Eu não qu
Benício MendelerrO avião pousou suavemente na pista e, assim que descemos, senti o forte calor do Brasil... Sempre fizemos negócios com a máfia daqui, mas nunca tive a oportunidade de pisar nessas terras.Passei uma mão pelos cabelos, ajeitando-os para trás, enquanto meus olhos varriam o aeroporto particular. Lui estava ao meu lado, de braços cruzados, falando baixo com dois de nossos homens. Seu semblante era sério, o reflexo dos óculos escuros brilhando com algo que me parecia... sigiloso.Fiz questão de me aproximar devagar, observando cada detalhe da reação dele ao me ver. Lui cochichou algo com um dos subordinados, que assentiu rapidamente e logo se afastou. Outro homem se aproximou dele, e novamente, outra conversa baixa. Isso me incomodou. Lui não costumava ser tão reservado com a nossa equipe.— Algum problema, Lui? — perguntei, parando ao seu lado.Ele ergueu a cabeça, o rosto inexpressivo por um instante antes de abrir um sorriso nada apropriado para o momento.— Nada que
PaulahAcordei ainda fraca, o coração disparado como se eu ainda estivesse correndo no meio daquela multidão. Mas já não corria, já não fugia.Agora, estou apenas presa e sequer entendia por quê. As imagens do dia anterior voltaram como um soco no estômago, trazendo um peso insuportável para o meu peito.Benício... Como tudo saiu tão errado?Tentei lembrar do momento exato em que nos perdemos, mas minha mente estava embaralhada, confusa com todas as emoções que passei. A última coisa que me recordo é da multidão em Paris e da visita do Papa, das luzes desfocadas, dos carros passando rápido demais, dos meus pés doloridos de tanto correr e procurar por ele e o fato é que me perdi.Sozinha, sem telefone, sem dinheiro, sem saber para onde ir. Eu não posso falar o nome da cidade e nem sei se para o mundo aqui fora o nome Benício Mendelerr é real ou não. Andei pelas ruas geladas de Paris, tentando me acalmar, tentando pensar no que fazer. Eu precisava voltar para a Culla del Crimine e ess
Último capítulo