Mundo ficciónIniciar sesiónEla deixou o Brasil em busca de oportunidades. Encontrou apenas correntes invisíveis. Nos palcos de uma boate americana, chamou a atenção de um homem que nunca deveria desejar: um mafioso implacável, temido até pelos seus próprios inimigos. Para ele, ela é uma tentação… e uma suspeita. Para o rival, uma arma perfeita. Sequestrada, marcada pela dúvida, ela se torna peça-chave em um jogo de poder, vingança e paixão. Mas como entregar o coração a alguém que pode ser sua salvação… ou sua sentença de morte?
Leer más5 anos antes
Mariana Acordo com o despertador que programei na noite passada tocando no máximo (pela milésima vez). - Droga! Estou atrasada! - Me levanto rápido tropeçando na coberta, a cabeça um pouco pesada de ressaca da noite passada. Não devia ter colocado a função soneca tantas vezes… Ontem foi minha despedida dos meus amigos e família. Estou tão animada com o que está por vir que solto um gritinho e estremeço comemorando a realização desse sonho. Finalmente chegou o dia em que embarco para os Estados Unidos em busca de uma vida nova pra mim e, consequentemente, para a minha família. - Filha! Já ia te acordar! Anda! Você vai se atrasar! Seu padrinho já está vindo pra te levar para o aeroporto - minha mãe praticamente grita abrindo rápido a porta do meu quarto. - Vou tomar um banho rápido, minhas coisas já estão organizadas, não se preocupe! - dou um beijo fofo no seu rosto. Ahhh, como vou sentir saudade disso! Meu coração dá um pequeno aperto de pensar que irei ficar distante dos meus pais, as duas pessoas que mais amo nesse mundo. Saio do quarto correndo, indo direto para o banho. Mamãe me observa correr para o banheiro. Não olho pra trás mas sei que ela está com um sorriso bobo e nostálgico no rosto nesse momento. Termino minhas higienes, arrumo um aerolook confortável e quentinho já que a viagem é longa e irei chegar em Chicago no início do frio. Saio do quarto pronta para ir e meus pais e meu padrinho estão na sala com minhas malas. Me despeço demoradamente da minha mãe e depois do meu pai com um abraço carinhoso. Estou fazendo isso por vocês, penso. No caminho consigo refletir sobre tudo. Um friozinho na barriga se instala, mas me lembro que estou fazendo isso por eles e qualquer dúvida vai embora. Nasci e fui criada em um bairro pobre do Rio de Janeiro. Meu pai sempre trabalhou como pedreiro, minha mãe em casa de família como doméstica. Sempre lutaram muito para me dar estudo e, consequentemente, cresci vendo essa batalha, o que me tornou uma lutadora também. Aos 12 anos, entrei para um projeto de dança na comunidade e me apaixonei perdidamente. Tive ajuda dos meus professores de dança para dar aula em algumas academias da zona nobre da cidade. Modéstia parte, eu sou boa! Sempre ajudei meus pais mas, em paralelo, fui juntando dinheiro para essa viagem. Escolhi Chicago única e exclusivamente porque foi onde consegui contatos de apoio com a comunidade brasileira no bairro de Melrose Park através de uma amiga de infância. Mas na verdade…estou indo sozinha, não conheço ninguém lá pessoalmente. Pode dar muito errado? Pode! Mas também pode dar muito certo, é nessa possibilidade que eu estou me agarrando. Atualmente Hoje fazem cinco anos desde que cheguei a Chicago. Ainda estou correndo atrás da minha paixão que é a dança mas esse sonho está mais difícil do que eu imaginei…e olha que não pensei que seria fácil! Dou aula de street dance voluntariamente no subúrbio para meninas adolescentes para não enferrujar e ao mesmo tempo porque é uma forma de retornar para o universo esse presente que ganhei de ter conhecido a dança através de um projeto também na minha comunidade. Fora isso dei aulas em algumas academias com público brasileiro mas ganhava muito pouco e não estava conseguindo viver, apenas sobreviver com o dinheiro. Não posso reclamar, fui muito bem recebida aqui principalmente por Joana e Cássio, meus vizinhos brasileiros que me ajudaram a conseguir um emprego de babá quando eu sai das academias. Fiquei 3 anos pulando de casa em casa, não porque não desse certo com as crianças as quais eu cuidava, mas cada um por motivos diferentes. Em algumas casas as mães resolveram se dedicar a fase inicial da vida de seus filhos e pararam de trabalhar, um se mudou para o outro lado da cidade e ficou fora de mão minha ida, e agora os últimos que cuidei começaram a estudar em horários integrais e por isso eu fui dispensada então estou sem emprego no momento. Estou perdida em meus pensamentos, voltando pra casa depois de um dia entregando currículos e fazendo entrevistas, quando meu telefone começa a vibrar. Pego ele no bolso do casaco e a tela brilha mostrando que quem liga é meu pai. - Oi paizinho! Que saudade! Como você tá? - falo em tom animado - Oi filha… - sinto sua voz tristinha, o que me deixa em alerta - Pai…o que aconteceu? - paro de andar sentindo o meu coração acelerar. - Filha, tá tudo bem ok? - pronto, foi o suficiente para me desestabilizar, já passam mil possibilidades na minha cabeça de coisa terríveis que possam estar acontecendo. - Diz logo pai, pelo amor de Deus! - Eu e sua mãe voltamos agora do médico dela. Filha, ela está com câncer de mama - sua voz embarga e sinto meus olhos queimarem e um dor no peito que faz meu estômago embrulhar. - Ah meu Deus pai! Não acredito nisso! - ficamos chorando juntos na chamada não sei por quanto tempo quando me b**e uma extrema necessidade de vê-la com meus próprios olhos, checar se ela está bem. Viro a ligação para chamada de vídeo e meu pai atende com os olhos inchados já de tanto chorar. - Ô paizinho, vamos resolver isso, mamãe é forte! Ela sempre dá um jeito, lembra? E aliás, ela tem eu e você ao lado dela…nada pode dar errado! - falo isso como um mantra, tentando me convencer também de que tudo ficará bem. - Onde ela está? Preciso vê-la! - Oi filha… - minha mãe entra na chamada com uma carinha abatida, meu coração parece que vai parar. - Mãe… - sinto um nó me sufocar na garganta mas ali eu decido ser forte! Por ela… - Mãezinha, não quero ver essa carinha batida! Nós já passamos por muito, e sempre demos um jeito! Não vai ser agora que seremos vencidos! - forço um sorriso fraco mas me ilumino ao ver ela concordar. Um brilho de esperança passa por seu olhar por um momento. - Olha, eu vou voltar pro Brasil e… - Não, não, não, não mocinha! - minha mãe me corta no meio do discurso. - você está vivendo seu sonho, eu te coloquei no mundo para isso! E outra, eu tenho seu pai aqui, suas tias. Tia Maria - irmã mais velha da minha mãe e que é vizinha de porta da casa onde meus pais moram - irá ficar por minha conta para ir às consultas então não tem porque se preocupar! Meu pai aparece de novo no vídeo. - Além disso filha…mais do que nunca iremos precisar do seu apoio financeiro… - vejo o pesar nos seus olhos ao dizer essas palavras. Meu pai sempre foi provedor da nossa casa. Mesmo minha mãe trabalhando fora pra ajudar, a maior parte dos custos da nossa família ele foi quem sempre bancou. O sonho dele sempre foi me dar o melhor para que eu pudesse focar nos estudos e não me preocupar em pagar contas dentro de casa. Com o tempo os custos foram ficando mais altos o que o obrigou a aceitar minha contribuição também, mesmo que em parcela menor do que a dos dois. Mas agora, com minha mãe cem porcento focada no tratamento, seria impossível ele sustentar a casa sozinho mais os custos prováveis dos cuidados com a minha mãe. - Paizinho, vai ser o meu maior prazer ajudar vocês. Nunca pude agradecer verdadeiramente o tanto que vocês fizeram por mim a vida toda e agora chegou esse momento. Vou dar o meu melhor e vamos sair dessas juntos, como sempre foi! - uma lágrima escorre dos olhos do meu pai e minha mãe, carinhosamente, a enxuga fazendo um afago em seu rosto. Naquele momento vejo o quanto os dois se orgulham de mim. - Mas ó, se precisarem de mim aí eu largo tudo pra trás e volto correndo pra estar aí com vocês hein? - damos um sorriso coletivo, e eles concordam. - Ta bom minha filha…está combinado! Mas creio em Deus que não será necessário! - diz minha mãe. - Te amamos tanto! Ótimo dia pra você minha querida! - Amo vocês demais!! Amanhã te ligo de novo mãe! Se cuida! - Pode deixar, ela vai sim! E eu cuidarei dela! - meu pai diz com o peito estufado de orgulho. - Amo você filha, tchau! Desligo a chamada e meu corpo se permite sentir a gravidade daquela notícia. Me sento num ponto de ônibus e começo a chorar copiosamente, algumas pessoas me olhando estranho. Não ligo. Nada mais importa pra mim a não ser conseguir dinheiro para dar um um tratamento digno para a minha mãe. E é só nisso que consigo pensar…Acordo sentada em uma cadeira desconfortável. Estou toda dolorida, com dor de cabeça. Levanto a cabeça devagar sentindo meu pescoço reclamar a dor. Passo a língua nos meus lábios e sinto gosto de sangue. Tento passar as mãos nos lábios mas percebo que estou presa com as mãos pra trás da cadeira. “Que porra é essa?” Forço minhas vistas pra ver onde estou. Tem uma luz forte em cima de mim. Já vi essas cenas em filmes mas meu cérebro custa a entender o que está acontecendo. “Isso é um interrogatório?” Acho que estou sozinha quando começo a ouvir passos vindos de alguma direção já que a única iluminação da sala é essa sobre mim, então, o restante da sala é escura. Que qualquer forma, estou muito desorientada pra entender de onde esses passos estão vindo. Meu coração dispara em pensar que aqueles homem conseguiram me pegar. Mas eu jurava que outras pessoas, talvez meus vizinhos, teriam vindo ao meu resgate, apesar de não ter entendido muito bem o que estava acontecendo logo antes d
POV MARIANA Um pouco mais cedo… Pago o táxi e desço. Nem acredito que finalmente cheguei em casa. Vou direto para o banho, deixo a água bem quente cair nas minhas costas. Só aí percebo o quanto meus músculos estão tensos. Minha mente repassa várias e várias vezes os acontecimentos desse dia. Acho que vou ter que tomar um remédio para dormir. Termino o banho, me seco e coloco uma camisola gostosinha, preta de seda rendada. Saio secando o cabelo com a toalha. Vou na cozinha procurar o remédio na gaveta onde temos uma caixa de primeiros socorros. - Gostosa pra caralho… Dou um pulo de susto e meu coração vai a boca. Me viro com um garfo na mão, como se aquilo fosse a arma mais letal. Vejo o rosto conhecido do cara que invadiu meu camarim mais cedo. - O que…o que você faz aqui?? Como entrou na minha casa? - meus olhos marejam de raiva e medo. Logo passam mil possibilidades na minha cabeça mas a que mais faz sentido pra mim é que esse cara vai tentar me estuprar…talvez até me matar
POV Matteo Essa felina quer me enlouquecer? Quem ela pensa que é pra me dar um tapa desse jeito? Aquela figlia di puttana…ainda vai implorar pra gozar na minha boca! Marco vem atrás de mim pelo corredor e o ouço soltar uma risada baixa. Olho de canto de olho e cerro os punhos. Esse filho da puta está se divertindo com a situação. Chego na sala e Guilhermo está no telefone. Ele logo finaliza a ligação e fica calado olhando entre mim e Marco. Me sirvo uma dose de whisky sabendo que é inevitável Guilhermo não saber da confusão então só espero o dedo duro de Marco me denunciar. - Posso saber o que aconteceu? - Guilhermo finalmente pergunta. - Parece que a puttanella apertou o botão do pânico para o seu irmão - Marco fala segurando uma risada. Intimidade é uma filha da puta mesmo… - Ela não é puta! - falo alto e Marco levanta as mãos se rendendo. Guilhermo abre um sorriso debochado e balança a cabeça em desaprovação. - Nós estamos aqui em missão secreta e você é pego por um ban
- Porra! - grito e coloco as mãos na boca - Porra Dalila! Dei um tapão na cara dele! - Dalila continua mordendo o lábio, agora reprimindo uma risada.- E apertei o botão do pânico pra ele! - Dalila vai acabar arrancando um pedaço do seu lábio porque até escorre uma lágrima dos seus olhos pela vontade de rir. - Ele mereceu, não mereceu? - ela diz divertida e concordo com a cabeça. Ela dá de ombros.- Que trabalho maluco!! - falo incrédula. Dalila se permite rir alto dessa vez. - O problema é essa sua raba desse tamanho. Nunca tinha visto uma situação dessa acontecer aqui, juro! Ainda mais com o nosso chefe, aquele gostoso. Geralmente as meninas praticamente esfregam os peitos na cara dele pra chamarem sua atenção.- Então, o problema foi esse…ele nunca tinha escutado um não antes.- Amiga!! Que poder é esse, hein? - solto uma risada cinica e reviro os olhos. - e aqui, você não ficou com vontade de dar pra ele? Aquele homem é um Deus grego…quer dizer, um Deus italiano! Eu super daria s
Mariana Entro no camarim e vou direto para a penteadeira ver a situação que me encontro. Meu cabelo está bagunçado, meus olhos vermelhos e brilhantes pelo tesão suprimido, meu mamilo rígido como uma pedra…Meu Deus, que ninguém me veja assim, amém! Acho que Deus ficou bravo comigo porque na mesma hora uma voz grave surge do nada atrás de mim. - Queria uma dança sua mas seu admirador já pagou por todo o seu horário de hoje…- me viro bruscamente para o dono da voz, com as mãos pra trás escorando na bancada. Não reconheço seu rosto, nem me lembro de tê-lo visto na plateia mais cedo. Seus olhos azuis descem pelo meu corpo e demoram mais nos meus mamilos enrijecidos de tesão por outro homem, o que me faz corar um pouco e cruzar os braços para tapar minha nudez. - Que susto! O que faz aqui? - pergunto em sobressalto. -Vim olhar de perto a deusa que faria um homem, como o grande Don, pagar por uma noite exclusiva pra ele, dentre tantas boas opções. Realmente…o filho da puta tem bom gos
Matteo Ando pesadamente até a nossa sala de reuniões na boate. Estava inebriado de tesão por aquela dançarina. “Pantera…qual será o verdadeiro nome dela?” Geralmente sou eu quem caço em vários aspectos da minha vida. Mas essa noite me senti a verdadeira presa. Seu olhar me hipnotizava, o movimento do seu corpo me fazia pensar que eu faria de tudo pra ela gritar meu nome enquanto eu a fodia. Entro na sala e Guilhermo já está lá me esperando com alguns parlamentares da Itália em uma chamada de vídeo. Fecho meu terno para esconder minha ereção evidente enquanto me sento para entender a urgência da situação. Vim tão disperso até a sala que não perguntei do que se tratava a reunião. Merda de distração! - Don! - quase que em uníssono os homens na videoconferência me cumprimentam. - Riccardo, qual a situação? - pergunto seco indo direto ao assunto com um dos parlamentares. Meu humor esses dias já estava uma merda. Agora, ser acionado enquanto está duro é, com certeza, umas das pi
Último capítulo