Meus joelhos fraquejaram, o ar voltou em soluços descompassados. Meus olhos estavam molhados, o rosto em chamas.
Andrei apenas me olhou. Os olhos dele eram frios como aço. A arma ainda pendia em sua mão. Ainda real. Ainda pronta. Ele estudou minha pastora e quando percebeu que eu não ia gritar ele assentiu:
— Boa garota — ele murmurou, com desdém. — Agora, fique quieta.
Ele deu um passo para trás. Não para me libertar. Apenas para observar. Eu não sabia o que fazer. Não sabia quem ele era de verdade.
— Você matou ele… — sussurrei, sem saber se falava com ele ou comigo mesma. — Por favor… — minha voz saiu num sussurro quebrado, a garganta ardendo, os olhos presos naquela arma que ainda estava na mão dele. — Eu não vou contar pra ninguém. Eu juro. Só… me deixa ir.
Ele não respondeu de imediato.
A cabeça dele inclinou um pouco para o lado, como se estivesse me avaliando. Como se meu medo fosse interessante. Um experimento. O olhar dele percorreu meu rosto devagar, depois voltou