— Meu irmão vai lidar com aquele babaca fudido — ela disse, a voz seca, amarga. — Ele vai se arrepender de ter respirado perto da gente. — Suka blyad! — cuspiu ela, em russo com os olhos faiscando de ódio
E foi aí que Elijah falou pela primeira vez.
Até então, tinha dirigido em silêncio. Reto, sereno, os olhos na estrada como se nada tivesse acontecido. Mas, naquele momento, ele olhou pra Natasha pelo retrovisor. E falou. Diretamente com ela.
— Você está bem?
Foi a primeira vez que ele se dirigiu a ela com palavras. E a voz dele soou diferente. Mais baixa. Quase íntima.
Natasha hesitou. Foi só um segundo, mas eu vi. Ela não esperava aquilo. Ninguém esperava.
— Tô sim — ela respondeu.
Ele virou levemente o rosto, como se quisesse ter certeza.
— Sinto muito por isso.
E quando ele disse aquilo, eu vi. Vi algo no olhar dele. Algo escuro. Contido. Como se ele estivesse lutando pra não mostrar mais. E por um momento, eu soube. Soube que ele também queria ter batido naquele homem.