A manhã se arrastava feito uma maldição. O café estava amargo demais, minha cabeça latejava, e tudo dentro de mim gritava pela ausência dela.
Carol.
Nenhuma mensagem, nenhuma ligação. Nem um sinal. Ela sempre respondia, mesmo que fosse só para brigar. Mas agora... silêncio.
Tentei me concentrar nos relatórios, mas o nome dela ecoava em cada linha que eu lia.
— Bom dia, chefe. — a voz de Giulia veio melosa, escorregadia. — Dormiu bem? Ou... sozinho?
Revirei os olhos e ergui a cabeça lentamente.
— Giulia, eu já disse que não tenho interesse.
Ela se aproximou com um sorriso venenoso e cruzou os braços sobre a mesa.
— Você tem certeza disso? Porque, pelo que vejo, ser namorada do chefe te dá algumas regalias. Como... sumir sem dar notícia? Ainda mais sendo novata. Até eu queria isso.
O estômago revirou. O comentário bateu direto onde doía.
— Ela não sumiu. — rosnei. — E o que eu tenho com Carol não diz respeito a você.
Giulia soltou um riso ácido, virou nos saltos e saiu rebolando. Eu mal